Milho: Após altas recentes, mercado volta a operar em campo negativo na CBOT

Na sessão desta sexta-feira (15), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) estenderam as perdas. As principais posições da commodity registravam quedas entre 1,75 e 2,00 pontos, por volta das 12h28 (horário de Brasília). O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,66 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,71 por bushel.

O mercado voltou a operar em campo negativo após exibira ganhos expressivos na sessão anterior. Nesta quinta-feira, o mercado foi impulsionado pelas fortes valorizações registradas no mercado do trigo. Por sua vez, os futuros do trigo, foram influenciados por compras técnicas e os números das vendas para exportação, divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Os mercados de trigo e milho são interligados, uma vez que, um pode ser substituído pelo outro na produção de rações, conforme indicam os analistas. Além disso, a estimativa da Consultoria Informa Economics, indicando a área cultivada com o milho, nesta safra, em 35,9 milhões de hectares, também influenciou positivamente o mercado. A projeção está abaixo do último número do USDA, de 36,1 milhões de hectares.

Contudo, os analistas voltam a focar as condições climáticas nos EUA e a finalização do plantio da safra 2015/16. De acordo com informações do site internacional Farm Futures, a semeadura deverá ficar ao redor de 80% da área estimada para essa temporada. As chuvas previstas para até a segunda-feira (18) poderiam deixar os trabalhos nos campos mais lentos. O departamento atualiza os números da safra norte-americana na próxima segunda-feira.

Paralelamente, as precipitações também deverão contribuir para o bom desenvolvimento da cultura. A estimativa do órgão é que sejam colhidas ao redor de 346,22 milhões de toneladas do grão na safra 2015/16.

Mercado interno

No Brasil, a saca do milho, para entrega em outubro/15, mantém o patamar de R$ 28,00 no Porto de Paranaguá. Os analistas destacam que, nesse momento, as cotações permanecem pressionadas no mercado interno. Em muitas praças, as cotações recuaram em meio às perspectivas positivas para a safrinha brasileira.

Em Cerejeiras (RO), mesmo com a redução dos investimentos em tecnologia, a estimativa é de uma safra cheia, conforme destaca o presidente do Sindicato Rural do município, Jair Roberto Gollo. Até o momento, as chuvas, constantes na região, contribuem para o desenvolvimento das plantações e ajuda a consolidar a produção.

O cenário também se repete em outras localidades produtoras no país. Com isso, a perspectiva inicial é de uma segunda safra recorde, acima de 50 milhões de toneladas, conforme destacam algumas consultorias. Diante desse cenário, os compradores continuam em situação confortável e não se preocupam os estoques, segundo relatam os analistas. Consequentemente, os negócios caminham de forma mais lenta.

Fonte: Notícias Agrícolas