Veja 12 dicas para gastar menos combustível e evitar problema mecânico

Carro pesa no bolso na hora da compra e ainda mais para manter. Modelos novos ou usados dão manutenção e estão sujeitos a quebras. Porém, é possível evitar problemas mecânicos e gastos excessivos apenas com a mudança de comportamentos ao dirigir.

O consumo de combustível está diretamente ligado ao estilo de direção. Tanto é que alguns fabricantes nem informam o rendimento de seus modelos, como a Honda. Ao longo do ano, o gasto com gasolina, etanol ou diesel é a principal despesa para quem tem um automóvel para chamar de seu.

Não é só isso: quanto mais você gastar, mais estará poluindo. Quando a gente se preocupa com a preservação do meio ambiente, nosso bolso também sai ganhando.

Sem movimentos bruscos

 

Acelerar excessivamente, “arrancar” rápido demais no semáforo, frear “em cima da hora”, fazer curvas fechadas com muita velocidade – quatro indícios que sugerem a necessidade de reeducação ao volante (ou de terapia para o motorista). São práticas ineficientes porque não reduzem o tempo das viagens e vão além do gasto extra de combustível: aceleram o desgaste do automóvel todo.

Nissan Versa Sense - À frente da alavanca há um porta-objetos, entrada auxiliar, USB e tomada de 12V. Chave presencial permite a partida por botão — Foto: Pedro Bicudo
Nissan Versa Sense – À frente da alavanca há um porta-objetos, entrada auxiliar, USB e tomada de 12V. Chave presencial permite a partida por botão — Foto: Pedro Bicudo

Use as marchas a seu favor

A transmissão leva o giro do motor até as rodas. Entender a relação entre as marchas, força e velocidade é fundamental para escolher as engrenagens ideais para cada situação. A rigor, quanto menor a marcha, maior será o consumo de combustível. Andar em só em “primeira e segunda” no trânsito pesado gasta muito mais do que rodar na estrada.

Em ciclo urbano, antecipe trocas de marcha e rode com a relação mais alta dentro do possível. Por exemplo, numa via de fluxo contínuo a 60 km/h, é possível andar em quarta marcha (e até quinta, dependendo do carro), usando no máximo 15% do acelerador. É mais econômico do que usar uma “terceira” e rotação mais alta (ainda que você esteja dentro da faixa permitida do conta-giros).

O conta-giros é seu amigo

 

Dentro da cidade, tente manter o giro do motor abaixo das 3.000 rpm. Acima disso você terá bastante potência, porém com maior exigência de combustível. Motoristas experientes nem olham para ele e conseguem dirigir apenas acompanhando a vibração e ruído interno. No dia a dia, basta manter as marchas mais altas. Por exemplo, em vez de rodar em terceira, com “sobra” de conta-giros, suba para a quarta, mas sem forçar o motor.

Mas é importante ficar atento para evitar o lugging, quando o carro precisa fazer muita força em rotações baixas. Isso geralmente acontece abaixo das 1.500 rpm e quando o acelerador é pressionado excessivamente, fazendo com que a central eletrônica injete muito combustível nos cilindros sem que haja rotação suficiente para lidar com a carga extra sobre os pistões a cada rotação. Quando isso acontece o carro parece ficar sem força e passa a vibrar excessivamente. Nessa situação reduza a aceleração e a marcha imediatamente, já que isso pode danificar severamente o motor por falhas na lubrificação.

Pneus têm influência sensível no consumo de combustível — Foto: André Schaun
Pneus têm influência sensível no consumo de combustível — Foto: André Schaun

Mantenha os pneus calibrados

 

 

Os pneus são os componentes mais caros entre as peças que sofrem desgaste natural. Eles também têm a maior influência direta no conforto, consumo e segurança dos ocupantes. Para manter o papo restrito ao consumo, confira a calibragem a cada dez dias com os pneus frios. Pressão de menos irá incorrer em gasto extra substancial. Pressão excessiva não representa maior economia, no geral. Use as pressões recomendadas pelo fabricante, sempre, e fuja das “receitas” milagrosas que povoam os comentários de redes sociais.

Frequente postos de gasolina confiáveis

 

 

Evite ao máximo postos de combustível sem referências. Faça testes e preste atenção ao desempenho do veículo após o abastecimento. Os carros modernos têm muita eletrônica embarcada, sensores e injetores muito sensíveis a combustíveis de baixa qualidade. Gasolina (e etanol) adulterados comprometem bastante o consumo, provocam defeitos e, como consequência, aumentam a emissão de poluentes.

Faça manutenção preventiva

 

 

Prevenir é melhor do que remediar. Perdão pelo uso do clichê. Mas é isso: antecipar a manutenção é mais barato do que substituir peças quebradas. Pensando no gasto com gasolina, fique de olho em velas, cabos, bobinas, juntas, bateria, e em todos os demais componentes envolvidos com a combustão. Fluidos vazando são sinais de que algo na saúde do carro não vai bem. Quando mais cedo os problemas forem diagnosticados, menores serão os custos de reparo.

Não descuide dos filtros

 

 

O filtro de ar e de combustível são os elementos mais baratos (e mais críticos) do automóvel. A poluição das cidades ou o pó excessivo em vias com piso de chão comprometem demais a qualidade do ar que chega ao motor. Isso, claro, tem impacto na conta do posto. O filtro de combustível é a principal barreira entre o tanque e os injetores. Se ele estiver saturado, a mistura que chega à câmara de queima ficará comprometida. Sua conta bancária é quem levará o último golpe no caso de negligência com o item.

Ar-condicionado pode ser mais econômico do que rodar com janela aberta — Foto: Divulgação
Ar-condicionado pode ser mais econômico do que rodar com janela aberta — Foto: Divulgação

Ar-condicionado nem sempre é vilão

 

 

A gente não recomenda o abandono do ar-condicionado. Se suas finanças estão fragilizadas a ponto de você ter que desligar o equipamento, talvez seja o caso de repensar o uso do automóvel. Em rodovias, o ar ligado é até mais eficiente do que deixar as janelas abertas.

Não adianta aumentar a temperatura em aparelhos “analógicos” para economizar. Se a gestão do condensador não for digital, dotada de sensores de temperatura na cabine, o aparelho ficará ligado o tempo todo, consumindo entre 5% e 10% da potência do motor.

Utilize a tecnologia

 

 

Carros novos, mesmo os modelos simples, contam com gerenciamento eletrônico do motor. Vários já têm um painel de LCD no quadro de instrumentos que trazem um indicador de troca de marcha. Esse recurso sugere as trocas de marcha, com o objetivo de economizar combustível. Os fabricantes fazem testes e programam este recurso para favorecer a eficiência energética. No trânsito, sempre que possível, mantenha ligado o sistema start-stop, que desliga o motor em paradas longas. Ao fazer a troca de pneus, procure por “pneus verdes”. Essa classe de pneumáticos utiliza compostos de borracha que reduzem o atrito com o solo. Com menor resistência à rolagem, menor o consumo.

Seja um vigilante do peso

 

 

Não, não estamos pensando na sua dieta, nem na sua silhueta. A sugestão é tirar do carro tudo o que for desnecessário. Não carregue peso à toa. Malas, bolsas cheias e outras compras pesam na suspensão e no bolso (a longo prazo, claro). Os fabricantes estabelecem como meta aos engenheiros que desenvolvam componentes cada vez mais leves. Quando menor o peso, menor o consumo.

Não dá para ser mais rápido do que o trânsito

 

 

O ritmo da via dita o seu ritmo. Se você pretende economizar, não adianta disputar espaços carro a carro. Já viu aqueles motoristas que se esforçam para ultrapassar em avenidas carregadas e param junto dos demais carros apenas alguns metros à frente? Isso gera um gasto enorme para pouco resultado. O melhor é seguir o fluxo, preservando o regime de giro do motor baixo, com marchas altas. A pressa onera o bolso e não necessariamente reduz o tempo de chegada ao destino.

Ford Waze Sync 3 (Foto: divulgação) — Foto: Auto Esporte
Ford Waze Sync 3 (Foto: divulgação) — Foto: Auto Esporte

O trajeto faz toda a diferença

 

 

Planejar o trajeto evita rotas longas demais, pedágios, paradas muito longas, e agiliza a viagem. Quanto menos tempo seu carro ficar na rua, melhor para todos. Além disso, existem aplicativos como Google Maps e Waze que indicam o caminho mais rápido (ou mais curto).

Alguns carros híbridos, como o BMW X3e, utilizam o GPS (e os mapas) para pré-programar o regime de gerenciamento do motor, aumentando a eficiência do carro. No caso do modelo alemão, o carro irá reduzir a potência do ar-condicionado em um trecho de subida, por exemplo, ou atrasar as respostas do acelerador em declives.

Ao se aproximar de semáforos, preveja o tempo de parada. Se você já sabe que não terá tempo de passar “no verde”, já desacelere antecipadamente. Talvez até mesmo para evitar a parada. Isso provoca uma economia significativa no fim do mês, se virar um hábito para o ano todo, claro.

 

Por Tiago Medeiros (com Ulisses Cavalcante) Revista Auto Esporte