Procura por exames de covid faz Lacen dobrar demanda e chegar ao limite

A pandemia de covid-19 segue forte no Brasil e Mato Grosso do Sul vem experimentando uma recente alta dos números, com redução do total de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) disponíveis e cada vez mais pessoas infectadas. Muitas delas não necessitam de internação ou sequer apresentam sintomas.

Contudo, a realização de exames para constatação da doença é cada vez maior, com uma demanda que nas últimas semanas chegou a dobrar e fez o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Secretaria de Estado de Saúde (SES), chegar ao seu limite.

“O nosso Lacen tem recebido muito mais [exames para serem analisados] do que recebia a 30, 45 dias atrás”, frisou o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, durante live realizada esta semana ao lado do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Conforme números apurados pela reportagem junto à pasta estadual de saúde, em média a demanda por exames semanalmente ficou na casa das 4 mil análises no Lacen durante o mês de janeiro e parte de fevereiro, quando começou haver um aumento.

Esse crescimento coincidiu com a propagação pelo país e recente chegada ao Mato Grosso do Sul da variante P1 do novo coronavírus. Atualmente, os exames de covid-19 analisados pelo Lacen estão na marca dos 8 a 9 mil, semanais.

Ainda segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Saúde, a unidade possui capacidade diária de processamento de 1,5 mil exames de covid-19 – os exames em questão são o RT-PCR, o chamado “padrão ouro”, já que possui maior precisão.

Reforço – Em fevereiro, a SES recebeu da rede de frigoríficos JBS a doação de um extrator de material genético que serviu para acelerar o ritmo das análises do Lacen. Contudo, o prazo para análises depende também de outros equipamentos. Ao todo, há três máquinas de extração de material genético no Lacen.

Mesmo diante da alta demanda revelada por Geraldo Resende e confirmada pela SES, o boletim epidemiológico mostra uma queda de amostras em análises e de casos sem encerramento nos sistemas pelos municípios.

De acordo com o boletim de 12 de janeiro, segunda terça-feira daquel mês, haviam 2.108 amostras em análise e 6.560 casos “empacados” nos municípios. As notificações da doença estavam em 494.423. Já em fevereiro, no dia 9, também segunda terça-feira do mês, era 301 amostras em análise e 4.841 paradas nos municípios.

Naquela época, as notificações estavam em 552.965. Já nessa terça-feira, também a segunda do mês de março, os casos em análise eram 776, com 5.402 parados nos municípios e 610.264 notificados registrada em Mato Grosso do Sul.

 

 

 

Campo Grande News, Nyelder Rodrigues