Nas mãos, Geovana segura sua única chance de uma vida saudável e feliz

A espera foi longa, mas o final foi feliz. Geovana Dias da Silva, a três-lagoense de 12 anos que foi diagnosticada com duas doenças raras passou na última segunda-feira (22) pelo tão aguardado transplante de medula óssea. O tratamento era a única chance de levar uma vida “normal” longe dos hospitais, agulhas, medicamentos e internações, mas também viver seus sonhos.

“Chegou o grande dia do seu renascimento, da minha filha poder viver uma vida melhor. Foram 7 anos de dor e sofrimento, tanto ela fisicamente quanto eu aqui a acompanhá-la de perto. Estou muito grata e emocionada. Deus é maravilhoso, pôde proporcionar essa benção em nossas vidas, especialmente na da Gi. Que o anjo doador seja recompensado aonde estiver, pois ele salvou uma vida”, escreveu Neide Dias, a mãe de Geovana, em uma publicação em rede social.

Geovana e sua mãe Neidi (Foto: Arquivo Pessoal)

Em dezembro, a menina Gi sorriu direto da cama de hospital agradecendo pela sorte que recebeu: o encontro da medula óssea 90% compatível. De lá pra cá,  ela foi preparada para que recebesse o transplante, com exames, doses de medicamento e demais internações – que aconteceu às 13h de segunda-feira (22), no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

“Os últimos meses foram de muita ansiedade para podermos chegar ao grande dia. Meu coração de mãe está respirando mais aliviado e cheio de alegria. Geovana está muito feliz e com a intensa vontade de viver como uma criança normal sempre pode brincar, rir, correr, pedalar a bicicleta, cair, ralar o joelho, isso tudo sem ter mais que ficar cansada ou preocupada em se machucar”, disse a mãe.

Geovana ficou internada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (Foto: Arquivo Pessoal)

Geovana sofre de doenças tratáveis mas incuráveis: a disceratose congênita e a aplasia medular. No último ano, o Lado B vem acompanhando o caso da menina desde que um vídeo seu viralizou na busca pelo pai e desse pedaço “perdido” da família que, segundo os médicos, seria sua maior chance de encontrar uma medula compatível para o tratamento que tanto precisa.

Mas não foi preciso. Meses mais tarde, no finalzinho de 2020, Gi teve a sorte de encontrar um doador fora do seu ciclo familiar – difícil porém possível.

Durante os dias de tratamento, ela era puro sorriso (Foto: Arquivo Pessoal)

A partir da realização do transplante de medula, a garota de 12 anos terá condições de se recuperar rapidamente, não ter seu bracinho mais furado pelas agulhas, sofrer tantas dores diárias ou ficar cansada por qualquer coisa. Ainda, sem ter que passar pelo risco de acidentes ou hemorragias graves apenas por ser criança. A infância em leitos hospitalares será trocada por uma pré-adolescência saudável e uma vida longa.

“É preciso ter fé que a medulinha nova vai pegar. Isso leva alguns dias. Mas logo, logo tudo isso vai passar. Peço a todos que continuem orando e torcendo pela minha princesinha. Ela é meu milagre vivo, uma parte incondicional de mim que amo tanto”, encerra Neide.

Mãe e filha tirando selfie (Foto: Arquivo Pessoal)

 

 

Por Raul Delvizio , CAMPO GRANDE NEWS – LADO B