Serrana (SP) inicia, nesta quarta-feira (17), a vacinação em massa contra a Covid-19 em voluntários da cidade cadastrados para um estudo clínico inédito do Instituto Butantan. A pesquisa vai avaliar a eficiência da CoronaVac na diminuição da taxa de transmissão do vírus.
Os pesquisadores também querem identificar o impacto nas internações, nas mortes e no tempo que a cidade vai demorar para alcançar a imunidade de rebanho.
Uma cerimônia às 9h, na Escola Municipal Professora Maria Celina Walter de Assis, está marcada para dar início ao projeto.
Participam do evento o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, o prefeito de Serrana, Leonardo Capitelli (MDB), e outras autoridades.
As primeiras doses da CoronaVac estão previstas para serem aplicadas a partir das 14h nas oito escolas destinadas à vacinação na cidade. Não houve agendamento. A vacinação será por ordem de chegada.
Moradores como o aposentado Osvaldo Buzato Marcelino, de 82 anos, não escondem a expectativa para a imunização. Apesar de a vacinação começar somente à tarde, ainda durante a manhã ele já estava em frente a uma das unidades preparadas para o projeto do Butantan.
“Já vim para tomar vacina. Eu espero que seja uma coisa boa pra gente, saúde para nós, tem que cuidar da saúde. Se não cuidar da saúde vai fazer o quê?”, diz.
A faxineira Vânia da Silva, de 46 anos, também está ansiosa para ser vacinada e está no grupo verde, o primeiro a receber as vacinas na cidade. Ainda assim, diz que prefere esperar para quinta-feira (18) para evitar aglomerações no primeiro dia.
“Hoje não, mas amanhã estou indo vacinar, porque hoje vai estar lotado, né? Pra não dar aglomeração. (…) São cinco dias para ir. Não precisa de pressa”, afirma.
O mais importante para ela, no entanto, seria que outros municípios tivessem a mesma oportunidade. “Nossa preocupação é que todas as outras cidades também tomem, não só Serrana. Não só nós, né?”
30 mil vacinados
Até abril, ao menos 30 mil moradores devem ser imunizados. Os resultados do estudo estão previstos para sair até a segunda semana de maio, projeta o Instituto.
De acordo o Butantan, as doses do imunizante são exclusivas para o estudo e o uso delas não interfere na distribuição dos lotes ao restante do país.
Há pelo menos duas semanas as vacinas eram mantidas em um local sigiloso e com temperatura controlada, que varia entre 2°C e 8°C.
Por G1 Ribeirão Preto e Franca