Até o momento, segundo estudos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), do Rio de Janeiro (RJ) apenas uma linhagem do novo coronavírus circula em Mato Grosso do Sul. No entanto o infectologista e pesquisador da fundação, Rivaldo Venâncio, afirma que outras cepas já estejam circulando no Estado, mas sem terem sido identificadas até o momento.
Com isso, é questão de tempo que as variantes sejam registradas em MS e conforme o especialista, não há nada de anormal nisso, já que por ser um vírus, a Sars-Cov 2, realiza mutações com muita frequência, quanto mais há circulação, ou seja, pessoas infectadas.
O risco nesses casos, é que tais alterações no genoma do vírus possam criar uma linhagem mais potente ou que se transmite com mais facilidade, como é o caso da cepa identificada no Reino Unido, por exemplo.
Segundo os dados da Fiocruz, a única variante existente em Mato Grosso do Sul é a B.1.1.33, que circula no Brasil desde os primeiros casos brasileiros da pandemia em fevereiro do ano passado. “As variantes são um erro genético no processo de reprodução do vírus”, explica Venâncio.
Apesar de ser comum nos vírus essa replicação com mutação quanto maior for sua circulação, o pesquisador explica que ela pode ser freada e na situação atual, em todo mundo, a única saída é a vacinação. “Quando se alcança uma larga escala, ela só pode ser vencida com a vacina”.
Em relação ao caso de MS ser um dos únicos estados brasileiros onde apenas uma variante esteja circulando – ou nenhuma outra foi identifica ainda – Venâncio explica que é esperado que em breve alguma outra seja registrada, porque “só não foi detectada ainda”, avalia.
Para se ter uma ideia, dados da Fiocruz mostram que além de Mato Grosso do Sul, apenas Maranhão e Piauí ainda não tiveram outros tipos de cepas do novo coronavírus registradas. Em alguns estados, como Manaus ou São Paulo, por exemplo, das 36 linhagens já identificadas em solo brasileiro, todas já foram identificadas neles.
Amostras – Com avanço da covid-19 em MS entre os meses de dezembro e janeiro e registro de mortes mais rápidas – em até três dias após os primeiros sintomas – amostras do material genético do vírus foram enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para análise.
O levantamento vai identificar se houve ou há alguma variante de transmissão mais rápida ou mesmo mais fortalecida que tenha causado esse tipo de situação. As amostras foram enviadas em dezembro e segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), o resultado ainda não saiu.
Por Lucia Morel – CAMPO GRANDE NEWS