‘Só quero voltar pra casa’, diz vítima de Covid-19 que denunciou estupro dentro de hospital por áudio em MS

“Eu só quero voltar para casa. Muita angústia em ficar aqui depois de tudo o que eu passei. É complicado, ainda tem gente que questiona, até médico. Mas aconteceu, mesmo no estado em que eu estou aconteceu e a última coisa que estava pensando era em ato sexual. Não quero olhar de desconfiança neste momento, eu parecia que estava morrendo, só queria ajuda”, disse a mulher de 36 anos, que não será identificada.

Durante o tratamento, a mulher conta que sentiu muita dificuldade para respirar, além de ter vômitos e dores no corpo. “Eu estava passando mal mesmo e sozinha. Não tinha força. Naquele dia, primeiro uma enfermeira me estabilizou e deixou quieta. Depois, durante a madrugada, lembro que ele se apresentou e falou que ia cuidar de mim. Só que foi uma noite de terror. A luz estava apagada, acordei com ele do lado da cama, quando senti a mão dele passando pelo meu corpo”, relatou.

Na madrugada da última quinta-feira (4) ela fala que começou a sentir frio quando o suspeito teria retirado a coberta e pegou o óleo, dizendo a ela que “era bom em massagem”. “Eu não conseguia nem entender, falar direito e ele derramou o óleo e senti os dedos dele. Fiquei desesperada, ele pedia calma, pedia para não chamar a atenção e comecei a tossir muito até que outra enfermeira chegou e perguntou o motivo dele estar ali com a luz apagada. Aí depois veio o médico, ele ainda ficou ali um tempo com medo de eu falar algo, até que minha mãe ligou e eu consegui contar por cima”, relembrou.

Após a ligação, a mulher disse que recebeu a visita de uma assistente social, além de outras profissionais que a acalmaram. Em seguida, ela gravou um áudio e a mãe registrou um boletim de ocorrência por estupro de vulnerável.

“Vamos em breve falar das buscas já feitas e o andamento do inquérito policial. É um caso altamente chocante, porém, precisamos de confirmações. Ao final, a delegada responsável também falará mais detalhes sobre o caso”, ressaltou ao G1 a delegada Fernanda Félix, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).