Perto de cobrar pedágio, pista da MS-306 tem velhos problemas
Recentemente concedida após pregão na B3 da Bovespa, em São Paulo (SP), a rodovia MS-306 passou por melhorias mas alguns velhos problemas começaram a surgir novamente na pista, como os tão prejudiciais buracos, afetando a produção local – no caso, a rodovia passa pelos municípios de Costa Rica, Chapadão do Sul e Cassilândia.
Atendendo a porção nordeste de Mato Grosso do Sul, a rodovia começa ainda na divisa com o Mato Grosso, ligando à cidade de Alto Taquari, indo até Cassilândia, próxima da divisa com Goiás. A MS-306 também cruza com a BR-060, em Chapadão do Sul.
“Eles recapearam corretamente a rodovia e ficou bom, porém a chuvarada fez ter buraco de novo e está com várias panelas. Essa rodovia é importante, necessitamos bastante dela aqui e a mal conservação dela implica em maior gasto com manutenção dos caminhões. Isso gera um prejuízo”, explica Jeferson Luiz Gontili.
Jeferson é gerente de produção da algodoeira Cacil Cotton, localizada em Chapadão do Sul – cidade que fica a 321 km de Campo Grande e tem tradição no agronegócio. “Ainda não estão cobrando o pedágio, mas quando começarem não pode estar assim”, completa.
Ainda em Chapadão do Sul, a gerente administrativa da fazenda Indaiá, Lenir Bento, também revela melhorias na estrada e que o estado atual dela é melhor do que visto anteriormente, mas revela que ainda há muito a melhorar.
“Esses problemas resultam em perda de pneus, acidentes, perdemos parte da produção. Tudo isso gera prejuízos e encarece os custos”, destaca Lenir, se referindo aos gastos com transportes e valor final dos produtos escoados pelos produtores da região.
Já o caminhoneiro Carlos Antônio Batista, de 47 anos, trabalha com carregamentos de contêineres refrigerados com carnes, entre outros produtos perecíveis e destaca que a má conservação das pistas são um dos vilões dos custos de transporte.
“O preço do diesel influência bastante e é o principal, ainda mais com o preço do frete estacionado e abaixo do que deveria ser. Mas os custos de manutenção também tem um impacto muito grande, pois peças, pneus, vários itens de caminhões, são caros. Algumas coisas simples ficam na faixa dos R$ 10 mil o conserto”, frisa.
Way-306 – A gestão da rodovia MS-306 vai ficar por 30 anos com o consórcio Way-306, liderado pela Bandeirantes Engenharia e formado ainda com as empresas TCL Tecnologia e Construções, Senpar, Torc Terraplanagem e GLP Brasil.
A outorga paga para gerir os 219,5 km de rodovia foi de R$ 605,3 milhões, sendo que o pagamento do pedágio está previsto para começar dia 1º de março, cobrando R$ 10 por veículo de passeio. Os valores são maiores ainda para outros veículos, em tabela que deve contar com 14 categorias de veículos.
Os investimentos previstos na estrada para os próximos 30 anos estão na casa dos R$ 1,7 bilhão. Durante o pregão, o consórcio Way-306 venceu a Via Brasil oferecendo outorga 500% superior aos R$ 100 milhões da concorrente.
*Campo Grande News, Nyelder Rodrigues