O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), afirmou que deseja que os servidores estaduais trabalhem normalmente durante o carnaval, ou seja, suspender o ponto facultativo. O objetivo é evitar que as pessoas se aglomerem durante dias de festa, aumentando número de casos de Covid-19. No entanto, ele ainda não determinou essa suspensão porque quer tomar uma decisão conjunta com os municípios.
“Diante do momento que estamos passando, da minha parte, não contem com ponto facultativo. […] Não ter porquê termos afastamento das nossas atividades numa hora em que a crise está instalada, seja ela econômica, seja ela sanitária, epidemiológica”, afirmou.
Ainda segundo Caiado, o assunto foi discutido com as prefeituras na noite de quinta-feira (28) e ele espera ter adesão dos municípios.
“Espero que até o final do dia de hoje eu tenha a resposta da maioria dos municípios. […] Estou buscando maior número de pessoas que apoiem essa decisão, que seja conjunta. [Que seja uma decisão] do governo de Goiás, prefeituras de Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Aparecida. Isso tem uma força maior e passa a ter um delineador”, completou.
Ainda sobre os riscos de situações que podem aumentar o número de casos da Covid-19, Caiado reconheceu que as equipes da Saúde estão “sobrecarregadas” nas unidades de saúde pelo estado.
O governador afirmou que Goiás foi o estado que mais recebeu pacientes de Manaus diante do colapso no sistema de saúde na capital amazonense, ao mesmo tempo em que a ocupação de leitos reservados para casos de Covid-19 está alta.
No início da tarde desta sexta-feira (29), 88% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) reservados para casos de Covid-19 estavam ocupados.
“Estamos sobrecarregando as equipes a quase o esgotamento de trabalho e pedimos pelo amor de Deus. Quem está brincando hoje com esta doença poderá estar chorando a morte de um parente no hospital amanhã”, disse.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) já computou mais de 7,3 mil mortes no estado em decorrência da infecção pelo coronavírus. O órgão também tem registrado 344 mil casos da doença em Goiás.
O governo do estado estabeleceu uma Lei Seca para evitar que a doença se propague ainda mais. Algumas das maiores cidades aderiram à medida, mas há municípios que estão fazendo os próprios decretos para regulamentar funcionamento dos comércios, bares e restaurantes.
Por Vanessa Martins e Ludmilla Rodrigues, G1 GO e TV Anhanguera