Com 45 mortes por coronavírus em 48h, Saúde de MS recomenda reunião de Natal por aplicativos
Com o avanço do coronavírus nas últimas semanas, Mato Grosso do Sul chegou ao pico de pandemia. Só nas últimas 48 horas, foram registrados 45 mortes causadas pela doença. Com a proximidade das festas de fim de ano, há um risco de que o vírus se espalhe ainda mais, por isso a SES (Secretaria de Estado de Saúde) orientou que as tradicionais e grandes reuniões de Natal sejam realizadas pela internet, em aplicativos.
O secretário de Saúde Geraldo Resende fez um apelo à população do Estado e pediu que as pessoas se reúnam apenas com os familiares que já moram na mesma casa. Ele citou o caso da atriz Nicette Bruno, que faleceu neste domingo (20). A atriz teria sido contaminada após uma visita de familiar assintomático. Casos como este têm acontecido em MS. “Muitos idosos são contaminados por aqueles que não atendem aos apelos que fazemos diariamente”, disse.
Para quem sente falta de uma grande reunião de família, com irmãos, tios e primos, a recomendação é que a celebração seja feita pela internet. “Mais uma vez recomendo que esse Natal seja diferente. Se quiserem fazer reuniões grandes de família, façam através de vários aplicativos, plataformas disponíveis via internet, assim vocês haverão de contribuir e preservar vidas, a sua e dos familiares que você mais ama. Tenha compaixão e empatia, é se colocar no lugar dos outro, para que possamos diminuir esse crescimento e frear a doença aqui no Estado”, frisou Resende.
O secretário ainda atribuiu o crescimento da doença àqueles que têm desrespeitado as orientações das autoridades, fazendo aglomerações. “Se atentem para isso, aqueles que gostam de sair, não estão nem aí para a doença. Aqueles que dizem ‘f***-se para a doença’, essas pessoas vão pagar um preço muito alto neste fim de ano e no ano de 2021”.
Faltam leitos e profissionais da saúde
Com mais casos de coronavírus, o número de internados também aumenta. Na macrorregião de Campo Grande, a taxa de ocupação de leitos é de 111%, segundo boletim epidemiológico desta segunda-feira (21). Estudos apontam que a cada 100 infectados, 5 precisam de um leito clínico ou de UTI. Porém, o secretário de Saúde ressalta que MS não consegue mais atender a essa demanda. “Se são 1.200 casos, vou precisar de 60 leitos por dia”, disse.
Resende diz que não apenas podem faltar leitos, mas outro problema é a falta de profissionais da saúde. Já são nove meses de pandemia e os profissionais enfrentam exaustão. Além disso, a SES tem dificuldade de encontrar novos funcionários para contratação.
“Falta o elemento principal, os recursos humanos. Hoje mesmo encaminhamos pedido para contratação de mais 10 fisioterapeutas no Hospital Regional. Toda vez que fazemos processo seletivo, mesmo simplificado, não estamos encontrado profissionais no mercado”.