EUA aprova a segunda vacina contra o Covid-19
A FDA — agência reguladora dos Estados Unidos equivalente à Anvisa — aprovou nesta sexta-feira (18) o uso emergencial da vacina contra a Covid-19 fabricada pela empresa Moderna. O imunizante, o segundo aprovado no país, poderá ser aplicado em maiores de 18 anos.
Na véspera, um comitê científico deu parecer favorável à vacina da Moderna com 20 votos a favor e nenhum contra, com somente uma abstenção. Para começar a ser distribuída nos EUA, a vacina ainda depende de aprovação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
O presidente Donald Trump havia informado, nesta manhã, que a vacina da Moderna estava aprovada. Porém, a FDA — etapa necessária — ainda não tinha dado o aval ao imunizante. Após o anúncio oficial, Trump parabenizou a fabricante pelas redes sociais.
A Moderna tem acordo com o governo dos EUA para entregar 20 milhões de doses ainda em 2020 e um total de 200 milhões de doses até o fim de junho de 2021. A eficácia da vacina chega a 94%, segundo estudos clínicos de fase 3 (leia mais no fim da reportagem).
EUA já usam vacina da Pfizer
A vacina da Moderna foi aprovada com o imunizante da Pfizer-BioNTech já em uso emergencial nos EUA, o que permitiu a aplicação dos primeiros três milhões de vacinas esta semana no país, o mais afetado no mundo pela pandemia.
Ambas as vacinas Pfizer e Moderna usam moléculas de mRNA (ácido ribonucléico mensageiro) para fazer com que as células humanas gerem a espícula do coronavírus e, assim, evitar que o coronavírus grude.
As duas empresas usaram uma formulação ligeiramente diferente que resultou em requisitos diferentes de armazenamento refrigerado: -70°C para a Pfizer; -20°C para Moderna.
Uma diferença é que a Moderna solicitou a aprovação para maiores de 18 anos, enquanto a aprovação da Pfizer é para maiores de 16 anos.
Vacina da Moderna
A pequena empresa de biotecnologia sediada em Massachusetts fez parceria com cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos para desenvolver a vacina. Os trabalhos começaram em janeiro, logo após a China compartilhar o genoma do vírus SARS-CoV-2, segundo a agência France Presse.
A Moderna recebeu mais de US$ 2,5 bilhões do governo dos Estados Unidos para este projeto e prometeu entregar seis milhões de doses em uma primeira fase.
De acordo com testes clínicos com 30.400 voluntários, a vacina da Moderna é 94,1% eficaz na prevenção da Covid-19 em comparação ao placebo, com desempenho ligeiramente melhor em adultos jovens em comparação com idosos.
A FDA não encontrou “problemas de segurança específicos que impediriam a emissão de uma autorização de uso de emergência” após revisar todos os dados disponíveis.
Mas na quinta-feira, Doran Fink, um funcionário da FDA, disse que se fosse concedida essa autorização, ela seria acompanhada por um aviso sobre possíveis reações alérgicas.
As instalações onde ambas as vacinas são administradas devem assegurar que tratamentos médicos estejam disponíveis para reações alérgicas graves.
Isso ocorre depois que dois profissionais de saúde no Alasca e dois no Reino Unido tiveram tais reações à vacina Pfizer-BioNTech. Ainda assim, esses casos são raros e os imunizantes passaram nos testes de seguranças validados pelos países.
G1