Ampla Visão: Eleição não é cobrança de pênaltis

BALANÇO: Culpar a pandemia pelo fracasso nas urnas é fácil, mas não cola. Eleição não é cobrança de pênaltis, onde a sorte e os detalhes contam. Eleição é o vertedouro dos sonhos e frustrações da sociedade. Mas poucos derrotados fazem a leitura correta do recado das urnas. O derrotado sempre procura um culpado ( que nunca é ele).

CONSELHO: Quem está no poder precisa respeitar a oposição. Por mais incoerente que seja ela sempre oferece algo de útil ao exercício do mandato. Para a oposição 4 anos é uma eternidade, para a situação é um piscar de olhos. Portanto, a crítica pode ser um bom conselho gratuito e quem ignorá-la poderá ser punido na guilhotina das urnas.

SONHOS: Fantasia, ilusão, ambição e utopia; sinônimos para se questionar os desejos dos vencedores (e dos perdedores) nestas eleições. Assembleia Legislativa, Câmara e Senado no rol das aspirações. Mas lembro aos vitoriosos a título de advertência e de consolo aos derrotados que ‘na política o fundo do poço (às vezes) tem mola’.

PORTEIRA ABERTA: O interior mais oxigenado. A ‘oligarquia Câmara’ fraturada em Ivinhema. Nelito Câmara foi prefeito duas vezes e deputado estadual. O seu filho Renato também foi prefeito e se elegeu deputado. Mas nestas eleições Rogério Câmara (MDB) – irmão de Renato – perdeu a disputa para Juliano Ferro (DEM). Fim do ciclo.

1-ASSEMBLEIA: Deputado Lucas de Lima (Sol): Autor da ‘Campanha Dezembro Verde alerta para os riscos pelo aumento do abandono de animais durante a pandemia. Deputada Mara Caseiro (PSDB) pede a reforma e ampliação da Escola Estadual de Eldorado. Deputado Marçal Filho (PSDB): aprovado projeto de identificação de autistas no RG. Deputado Antônio Vaz (PR): é lei seu projeto criando a Olimpíada Estadual da Saúde. Deputado Neno Razuk (PTB): pede melhorias na infraestrutura e segurança para 5 bairros da capital.

POLÍTICA & POLÍCIA: Caminhando juntos. Na ‘devassa’ à casa do deputado Jamilson Naime a estrela da ação foi a máquina de contar cédulas levada pela Polícia. Patética mesmo a declaração do ilustre parlamentar: “ a polícia levou pouca coisa”. Portanto, de novo no conhecido ‘zoológico dos Nime’ o bicho da vez foi a zebra.

CONTRADIÇÃO: Voto obrigatório com multa barata?! Aí o ‘não voto’ foi o grande vitorioso nas eleições. Em São Paulo 40,6% se abstiveram, votaram nulo ou branco no 2º turno. No Rio 40,6%; em Campinas 53,09% e em Porto Alegre 37,03% optaram pelo ‘não voto’ A cada pleito aumenta o desinteresse do eleitor. Há Algo errado no cenário.

A REGRA é flexível, dependente de detalhes e fatos no intervalo das eleições. Nem sempre o resultado da eleição é atrelada à anterior. A repetição das tentativas pode até causar ojeriza se os postulantes não evoluírem na sua postura, fazendo das derrotas um aprendizado. Como protagonistas ou coadjuvantes fazem parte do cenário político.

FADIGARAM? Marcelo Bluma (PV) 2016 – 10.707 votos p/ prefeito; 2018 – 12.905 votos na capital ao Governo e agora só 2.057 votos para prefeito. Em 2018 o vereador Chiquinho Teles (PSD) chegou aos 14.102 votos na capital para deputado estadual e nesta tentativa da reeleição só 2.018 votos. Deixo ao eleitor a conclusão sobre ambos.

SORTUDOS? Insistentes também! Em 2018 o cel Alírio Villasanti conquistou apenas 3.326 votos em Campo Grande para deputado estadual. Agora, no PSL teve 1954 votos para vereador e se elegeu. O médico Sandro Benites (Patriota) em 2018 conquistou 3502 votos na capital para deputado federal e agora com 2.873 votos virou vereador.

ESCADA? Fazem do pleito da capital um degrau. João Catan (PL) obteve 4.943 votos na capital e se elegeu deputado estadual. Agora com 10,123 votos para prefeito adubou o terreno eleitoral para 2022. Pedro Kemp (PT): 10.428 votos para deputado estadual na capital (2018) e agora 34.546 para prefeito fortalecendo-se inclusive no próprio partido.

DÚVIDAS: Diferentes os casos de Dagoberto e Marcio Fernandes. O deputado federal obteve 8.423 votos na capital em 2018, agora só 6.507 votos ( 10º lugar – 1,57% ) para prefeito (PDT). O deputado estadual do MDB, com o ex-governador Puccinelli à tiracolo, ficou no pelotão dos nanicos: 12.522 votos. Pesou o estigma do apoiador.

2-ASSEMBLEIA: Deputado Gerson Claro (PP): autor de PEC para vincular o rateio do ICMS ao índice do IDEB dos municípios. Deputado Lídio Lopes ( PATRI) na chefia da CCJ-Redação, contabiliza os lucros do seu partido nas urnas. Deputado José Teixeira (DEM): pedindo à bancada federal viabilização de aparelho de raio X para Caarapó. Deputado Vendramini (PP): comemora a eleição de 3 prefeitos, 2 vices e 28 vereadores ‘pepistas’ nas eleições.

PESQUISAS; Os grandes institutos com números tendenciosos nestas eleições e na maioria das vezes beneficiando os postulantes da esquerda. Mais uma vez, apuradas as urnas, lemos na mídia as mesmas desculpas esfarrapadas destes ‘profissionais em futurologia’ e desta vez acrescidas das ‘influências da pandemia’ junto ao eleitorado.

DISFARCES: Eleitores ‘setentões’ são conservadores. Aí a esquerda através da mídia até incentivou para eles ficassem em casa devido ao Covid. Outra tese difundida é que a ideologia era questão menos importante numa eleição municipal. Mas como ocorreu em Porto Alegre e outras cidades os ‘coroas’ saíram de casa para marcar posição.

MUTRETAS: É bom ir se preparando para os absurdos na escolha das pessoas a serem vacinadas contra o Covid-19. Teremos exceções: políticos, autoridades e privilegiados da sociedade. E por acaso os promotores de justiça paulistas, (que querem ser os primeiros a serem vacinados), seriam mais imprescindíveis do que os lixeiros jovens?

3- ASSEMBLEIA: Deputado Contar (PSL): pede recursos para o turismo em 2021 e maior divulgação do ‘Decola MS’ para reabilitar o segmento. Deputado João Catan (PL): seu projeto protetor dos derivados de leite no comercio recebeu aval da CCJR e agora seguirá o rito normal. Deputado José C. Barbosa (DEM): Atendidos seus pedidos estendendo até 2022 o prazo de validade do concurso da Agepen e autorizada a revitalização do quadrilátero central de Dourados através da Agesul.

LYA LUFT: “( – ) escrevo para dizer que o medo se justifica, é digno e necessário, precioso conselheiro, e por favor, amados leitores, amigos meus, cuidem-se. Perdoe-me, mas estes tempos de festas vão ser difíceis, intrigantes, incômodos… perigosos. Vamos inventar jeitos de amar, celebrar, sem perigo. A gente merece viver. E viver direito….”

FÁBIO TRAD: “( – ) Encaro com a alma ajoelhada de gratidão a Deu. Estou em casa iniciando o recuperação de minha saúde pulmonar. Gratidão infinita a Ele por ter me amparado nestes dias difíceis. Ainda está sendo um período muito fértil de aprendizado e evolução espiritual. Estou me esforçando para continuar decifrar tudo o que ocorreu nestes dias de riscos e provações…”

“Argentinos: chega de realidades! Agora nós queremos promessas”. (num muro de Buenos Aires)
“O silêncio do isolamento hospitalar é um professor implacável.” (Dep. Fabio Trad)
“O meu maior temor é uma segunda onda de’ lives’”. ( na internet)