Carta Marcada: empresas de consultoria pública fraudavam licitações – em Chapadão do Sul ela foi denunciada
Empresas combinavam valor a ser apresentado usando número como se fosse um CPF
Empresas investigadas na Operação “Carta Marcada”, deflagrada na quinta-feira (26), em Água Clara, distante 198 km de Campo Grande, fraudavam licitações em várias cidades de Mato Grosso do Sul.
Conforme divulgou o MPMS (Ministério Público de MS), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) apurou que as empresas investigadas, com atuação específica na área de consultoria pública, manipulavam processos licitatórios e combinavam propostas, fraudando certames por todo o Estado, com a participação de servidores públicos, vinculados aos órgãos contratantes.
A Operação “Carta marcada” surgiu a partir de uma ação coordenada, que contou com a participação do Núcleo de Apoio do Patrimônio Público do MPMS, além das promotorias de Justiça do Patrimônio Público dos municípios de Ivinhema, Angélica, Iguatemi e Água Clara.
As mesmas empresas também encontram-se denunciadas em Aparecida do Taboado e Chapadão do Sul, por fraudes em licitações para realização de concurso público.
Os investigadores apuraram que eram utilizados vários artifícios para combinação das propostas, como a exemplo do certame para contratação da empresa que realizaria o concurso público para a Câmara Municipal de Angélica.
Nesse caso, os investigados trocaram mensagens de WhatsApp simulando um CPF inexiste na Receita Federal, que na verdade era a proposta que empresa deveria apresentar ao órgão municipal.
Histórico
O MPMS deflagrou ontem a Operação “Carta Marcada” para cumprir sete mandados de busca e apreensão. O objetivo da operação é dar fim à organização criminosa voltada à prática dos crimes de peculato, fraude a licitações e lavagem de dinheiro
A investigação iniciou com as Operações “Carta-convite”, no município de Taquarussu e Operação “Backdoor”, em Aparecida do Taboado, envolvendo as mesmas empresas suspeitas de fraude em concursos públicos, quando foram apreendidos inúmeros documentos com indícios de combinação de propostas e manipulação de processos licitatórios.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos mas residências dos investigados e foram oferecidas quatro denúncias criminais, por fraudes em licitação, associação criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Além disso, medidas cautelares preparatórias foram executadas para ação civil pública, como bloqueio de bens, suspensão de contratos e proibição de contratação com o poder público de Água Clara. Durante a operação foi apreendida uma arma de fogo.
Midiamax