O empresário T. F. D, de 37 anos, preso em motel de Campo Grande com duas adolescentes, de 14 e 17 anos, pagou R$ 30 mil de fiança para deixar a cadeia. J. G. A, de 42 anos, a mulher investigada por agenciar as adolescentes e cobrar R$ 350 pelo “pacote” de programa com as três, pagou R$ 2,5 mil para deixar a prisão.
Os dois foram presos na tarde de ontem (25) após serem pegos em suíte do Motel Stillus, localizado na Vila Popular, em Campo Grande, com as meninas. O flagrante foi feito pela PM (Polícia Militar), após denúncia informando que uma mulher havia entrado no estabelecimento acompanhada de duas adolescentes.
Em depoimento à Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), a J. contou que é amante do empresário e combinou de encontrá-lo no motel. Segundo ela, a namorada do filho, de 14 anos, e uma amiga dela, a garota de 17 anos, pediram para irem juntas porque queriam tomar banho de piscina. Mesmo sabendo que é proibida a entrada de menores, ela decidiu levá-las.
A mulher ressaltou que o empresário não sabia que as meninas eram menores de idade e negou que tivesse agenciando as adolescentes para a prostituição, reafirmando que elas só foram levadas ao local por causa da piscina. Ela alegou ainda que receberia R$ 400 de T. D, “uma ajuda de custo” para as despesas da casa.
Na delegacia, o empresário relatou que conheceu a mulher há mais de 10 anos, desde quando ela trabalhava como garota de programa em uma casa noturna. Na terça-feira (24), ele marcou um encontro e ela disse que tinha duas amigas novas para apresentar. Ela cobrou R$ 350 pelo “pacote” com as três. Os outros R$ 50 seriam para pagar o transporte do trio.
Ainda segundo o empresário, ele não tinha a intenção de manter relação sexual com o trio e não perguntou a idade das adolescentes.
Os dois responderão pelo crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de crianças e adolescentes. Ele passaram por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (26), quando foram arbitradas as fianças.
O Campo Grande News tentou contato com o empresário e com a mulher pelos telefones registrados por eles na polícia, mas ninguém atendeu às ligações. A reportagem também tentou falar em número de escritório divulgado no site do CNA (Cadastro Nacional de Advogados) pelo defensor que assina os autos de prisão em flagrante, mas as ligações chamaram até cair.
E como entraram? – O porteiro do motel também foi ouvido pela polícia e informou que liberou o acesso sem pedir a documentação das três mulheres, porque “estava muito corrido” no momento que o carro chegou. Ele afirmou que é regra da empresa a exigência de documentos para acesso, mas como era o intervalo de almoço de outros funcionários e ele estava sozinho na portaria. Por isso, deixou “passar batido”.
Por Anahi Zurutuza – CAMPO GRANDE NEWS