Corumbaense e Maracaju desistem de jogar o Estadual na véspera do mata-mata

Um dos mais tradicionais clubes esportivos do Estado, o Corumbaense entregou nesta segunda-feira (23) à FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) sua desistência em participar do Campeonato Estadual de Futebol), que após a parada causada pela pandemia de covid-19, retorna no próximo sábado (28).

A saída do Corumbaense da competição já vinha sendo especulada há algumas semanas e foi concretizada nesta segunda, trazendo na esteira também outra desistência, a do Maracaju, somando então a saída de dois times da competição.

As desistências acontecem faltando apenas cinco dias para o retorno dos duelos pelas quartas de final. Apesar da saída antes dos jogos de mata-mata, as equipes do Cena e Pontaporanense, desclassificadas e rebaixadas na fase de grupos, não assumem o lugar dos times desistentes, já que trata-se de uma nova fase do torneio.

O que acontece agora é uma classificação automática de Aquidauanense e Águia Negra, respectivamente líder e vice-líder e adversários de Corumbaense e Maracaju, para as semifinais, onde vão esperar Comercial, Operário, Costa Rica ou Serc.

Por ora, o jogo que vai reabrir a competição é o clássico Comerário, às 16h, no estádio Morenão, no sábado. O duelo de volta acontecerá no mesmo local na quarta-feira (2), a partir das 20h30. Devido ao risco de contaminação da covid-19 e aumento recente de casos, os clubes optaram por não abrir os portões ao público.

Já o Costa Rica, sem estádio para jogar o restante da competição, vai disputar seu jogo no Ninho da Águia, em Rio Brilhante, no domingo (29), às 16h. O jogo de volta, de mando da Serc, acontecerá na quinta-feira (3), às 15h, em Chapadão do Sul.

Problemas alegados – No ofício enviado à Federação, o Maracaju alega que há risco de contaminação se seguir jogando, já que há aumento de casos recentemente da covid-19, e também fala em dificuldade financeira para cumprir os contratos e despesas, além de uma dívida de R$ 50 mil relativa a primeira fase que ainda não foi quitada.

Já o Corumbaense alega que a equipe não tem sequer um presidente efetivamente eleito para assinar os contratos dos atletas, afirmando também enormes prejuízos causados pela covid-19. A reportagem apurou que os dirigentes aguardavam as eleições, realizadas no dia 15, para tomar uma posição sobre a continuidade no Estadual.

A reportagem também apurou que a equipe pleiteava R$ 150 mil para a disputa da reta final, mas que conseguiu apenas R$ 20 mil da prefeitura local, além de não conseguir recursos com patrocinadores usuais, como a Viação Andorinha.

O Campo Grande News procurou por telefone Luiz Bosco, ex-presidente e um dos dirigentes do clube nessa gestão, para confirmar as informações. Contudo, até o fechamento desse texto, não houve êxito no contato.

Punição – A retirada dos dois clubes cria uma celeuma regional, já que, para muitos, a desistência deveria acarretar em punição de rebaixamento e impedimento de disputas por dois anos. Porém, o próprio Corumbaense em seu ofício aponta para um não rebaixamento devido ao momento de excepcionalidade da pandemia.

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) foi consultada para saber se existe algum documento nesse sentido, dela ou de alguma autoridade nacional do desporto, que oriente a não punir clubes por desistência nesse período. Aqui, também, não houve retorno aos questionamentos até fechamento desse texto.

 

 

 

Por Nyelder Rodrigues –  CAMPO GRANDE NEWS