Com dificuldades, times do MS se preparam para a volta do Estadual

As equipes classificadas para a segunda fase do Campeonato Sul-Mato-Grossense de Futebol se preparam para decidir o campeão a partir do dia 28 de novembro.

O torneio foi paralisado em março deste ano, por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus, após o fim da primeira etapa, e só conseguiu autorização da prefeitura para retornar agora.

Alguns times devem retomar aos trabalhos apenas a partir desta semana.

A Sociedade Esportiva e Recreativa Chapadão (Serc), o Aquidauanense e o Águia Negra são os mais animados para o retorno da competição, no entanto, a grande atração das quartas de final é o clássico campo-grandense comerário.

Operário e Comercial, além de rivais em campo, divergem na forma como veem a retomada do futebol.

De acordo com o Presidente do Galo, Estevão Petrallás, a visão do clube é de que o campeonato deveria ser finalizado em janeiro de 2021.

“Não poderíamos voltar. Temos uma situação complicada. Preciso honrar os patrocínios dessa temporada, os quais sofreram grande baque por conta da pandemia e não posso fechar novos acordos”, afirmou Petrallás.

O presidente afirma que vai com um plantel reduzidíssimo, com cinco garotos da base e com a dificuldade de trazer de volta os jogadores que fizeram parte da primeira fase.

“Teremos 70% dos jogadores e apenas 15 dias para treinar”, disse. O Operário já realiza treinos para o Estadual.

Já o Comercial mantém uma abordagem um pouco mais otimista em relação à retomada.

“Com pé no chão, sem fazer loucuras. Damos prioridade à base, além de manter 11 atletas que estavam conosco no começo do ano”, explica o presidente Colorado, Claudio Barbosa, time que também está treinando.

Assim como o rival, a dificuldade foi trazer os jogadores de fora do Estado para a segunda fase. Os dirigentes afirmam que não é possível manter as despesas que esses atletas geram, além de muitos deles já terem sido alocados em outras equipes Brasil afora.

SERC

O presidente do clube de Chapadão do Sul, João Félix, é um dos que se mostra mais empolgado entre todos. Ele explica que, diferente dos 26 jogadores que compunham o elenco no começo do campeonato, a equipe deve fechar em 21 ou 22 atletas.

“Até agora, o plantel conta com 17 jogadores, temos mais quatro chegando na próxima semana e estamos nos preparando para volta”, disse.

Segundo ele, a Serc se prepara para o clássico regional contra o Costa Rica. “Estamos animados para o jogo e felizes pelo esforço de todos que pediram pela volta dos jogos”, finaliza.

COSTA RICA

Do outro lado, o Costa Rica começa os trabalhos a partir de hoje, com a apresentação dos atletas contratados e os “repatriados”, que são os atletas que já estavam no clube no início da competição, segundo informou o diretor de futebol do clube, Cesar Mignoli.

“Repatriamos o máximo de jogadores que conseguimos, mas não é fácil, muitos já estão contratados por outros times, outros contundidos e ainda tem a Covid-19, que trouxe ainda mais dificuldade para contratações, mas estamos conseguindo trazer os atletas”, disse Mignoli.

Diferente de algumas equipes que optaram pela base para chegar ao número mínimo de atletas, o clube de Costa Rica tem optado por jogadores profissionais para o mata-mata da competição.

Apenas dois jogadores do sub-19, que já estavam na equipe desde o começo do ano, participarão desta fase por lá.

Para garantir a estrutura aos jogadores, o clube agora tenta retomar o repasse da prefeitura, que foi paralisado na primeira fase, por causa da pandemia da Covid-19. O valor, conforme Mignoli, é essencial para o time conseguir cumprir com suas obrigações.

ÁGUIA NEGRA

Um dos times que chega com mais chances é o Águia, que tem ritmo de jogo pela disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Com chances de classificação na competição, o técnico, Rodrigo Cascca, mostra-se confiante com o Estadual.

“Mantivemos 70% da equipe, e ocupamos apena quatro das sete vagas da cota”, explica. Para o treinador, é importante definir o campeonato de 2020, para poder encerrar o ano com um desfecho da competição. “É importante para planejar 2021, e manter a base da equipe”, analisa.

MARACAJU  

O Maracaju vive uma situação diferente. “Tínhamos uma grande equipe, com jogadores do estado de São Paulo e do Rio, agora temos dificuldade de contar com o mesmo nível”, afirma o presidente do time, Aparecido Damaceno.

O mandatário diz que agora a equipe vai com um time recheado de pratas da casa para a disputa da fase final. “São 12 atletas no total mais seis garotos que vamos trazer de outras cidades”.

Sobre a cota de sete jogadores que não disputaram a primeira fase, Damaceno afirma que isso ainda depende de um acordo de patrocínio a ser firmado com um parceiro da cidade.

“Se isso sair, vamos trazer jogadores do Estado mesmo, se não vamos com os meninos”, pondera.

CORUMBAENSE

Um dos times mais tradicionais do Estado, a equipe da Cidade Branca está na lista dos que lamentam a volta do certame. O presidente, Kiko Vieira, diz que o contexto ficou complicado para o Corumbaense.

“Nós temos uma sede social, diferente de outros clubes de Mato Grosso do Sul. Financeiramente pesa muito para nós a retomada ainda neste ano”, relata.

Segundo o dirigente, o time que vai a campo deve ser completamente de jogadores sub-19. “Na primeira fase, tínhamos nove, para esta, temos mais cinco contratados, todos em idade de formação”.

Ele ainda revela um pedido à Federação para poder contar com mais jogadores. Para Kiko Vieira, o período é de reorganização e planejamento para a competição de 2021.

AQUIDAUANENSE

Com tranquilidade acima da média, o Aquidauanense se prepara há duas semanas para a volta aos gramados, afirma o presidente João Garcia ferreira. “A expectativa é ir em busca do título, pois o time vinha bem no término da primeira fase e não perdemos quase ninguém”.

O mandatário citou apenas que foram cortados três jogadores e que ainda conta com cinco novas contratações para reforçar o time nas quartas de final.

 

 

 

*Correio do Estado – Rodrigo Almeida