Após 5 dias sem dormir e experimentar “kriptonita”, homem morre durante socorro em MS

Depois de ficar 5 dias “invernado na droga” e sem dormir, um dependente químico, de 31 anos, morreu no carro da clínica onde seria internado, a caminho do hospital, em Dourados – a 233 km de Campo Grande. Conforme registrou a família em boletim de ocorrência, na 8ª recaída, a vítima experimentou droga chamadas de “crack verde” ou “kriptonita”, além de ingerir altas doses de tranquilizante, o que pode ter sido a causa da morte.

Segundo o registro, o homem era usuário de drogas há mais de 13 anos e já havia tentado se livrar do vício se internando em clínicas de recuperação por 7 vezes. A última internação foi em Sorocaba, interior de São Paulo. “Limpo”, o dependente químico estava de volta em Dourados no dia 4 de novembro, mas no dia 5 já teve recaída.

Ainda de acordo com o relatado, no dia 6, a família chamou a clínica de Sorocaba para levar o usuário de volta, fazendo a internação compulsória se fosse necessário. Na primeira abordagem, o homem conseguiu fugir.

Ontem (10), porém, a mãe foi até a casa onde o filho estava, no Bairro Estrela Tovi, e para que ele se acalmasse antes da chegada da equipe do interior de São Paulo, pediu que o homem tomasse uma dose da Clonazepam – remédio com efeito sedativo comercialmente conhecido como Rivotril. O dependente químico pingou algumas gotas em um copo de cerveja e tomou tudo, relatou a mãe.

Ele, contudo, continuava violento. Depois de mais uma tentativa de fuga e de ser contido, a vítima aceitou passar pela casa da família e se arrumar para nova internação. O usuário pediu para usar drogas uma última vez “para relaxar” e conseguir enfrentar a viagem. A vítima, então, tomou mais alguns comprimidos de Clonazepam.

Após mais de uma hora de conversa, pela terceira vez, o homem tentou fugir, mas foi imobilizado e colocado à força dentro do veículo da clínica, momento que desmaiou.

A equipe saiu em direção a hospital em Dourados, mas um pneu furou no meio do caminho. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e quando chegou, a vítima já estava sem pulso. Os socorristas tentaram reanimá-la por cerca de 30 minutos, mas o óbito foi constatado ainda no local.

A mãe lembrou ainda e registrou que além de experimentar a tal kriptonita, naquele dia, o filho mandou mensagem que havia sofrido uma queda no banheiro, se machucado e quebrado o celular.

O caso foi registrado como morte a esclarecer e será investigado pela Polícia Civil.

 

 

 

*Campo Grande News – Anahi Zurutuza