Ampla Visão: Uma eleição discreta e sem rostos evidente!

EVIDENTE! Ninguém decide entrar numa campanha eleitoral por espírito altruísta. A vaidade e o sonho de poder afloram dentre os incontáveis interesses submersos das candidaturas, independentemente das dimensões do cenário da disputa. No frigir dos ovos as ‘boas intenções’ de doação à favor da comunidade ou Pátria, são apenas retóricas de pretenso encantamento.

EXCEÇÃO? Dr. Enéas revelou; a entrada na política deveu-se as reclamações de sua esposa, saturada de suas queixas do país/políticos. Fundou o Prona em 1989 e disputou por 3 vezes ( 1989/1984/98) a Presidência da República ( 12º, 3º e 4º lugar) e em 2002 à Câmara; recorde; 1.570 mil votos em S. Paulo e reeleito em 2006 ( 4º maior votação).

CREDIBILIDADE: Enéas conseguiu passar isso aos eleitores já decepcionados com tantas tragédias eleitorais e administrativas do país. Pelos temas abordados e suas ideias a respeito, embora ignorado pelas velhas raposas de outras siglas, encontraram eco nas diferentes camadas sociais. Intelectual e patriota, exemplo raro de altruísta na política.

REJEIÇÃO: Ela decide o potencial dos candidatos no decorrer da disputa. Ela é a foto imutável que o eleitor tem do candidato e que acaba definindo o seu potencial de sua aceitação ao longo da campanha. Aí, não basta se ater aos números da parte positiva das pesquisas. Contam também os índices de rejeição. Rejeitado não cresce.

BEM ATUAL: Max Weber, guru do ex-presidente Fernando H. Cardoso (PSDB) já pregava: “aqueles que buscam a salvação das almas, a sua e a do próximo, não devem buscá-la nas avenidas da política”. Na contramão do alerta, os políticos estão atrelados cada vez mais a religião. Aliás, a ‘Marcha para Jesús’ também tem esse viés político.

FAVORITO: Nem PT, nem MDB tem conseguido a ressurreição nas pesquisas. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) mantém a musculatura e o favoritismo na capital. Por conta do episódio conhecido Pedro Kemp (PT) acabou no prejuízo . Quanto a Marcio Fernandes (MDB) – não encanta e nem deslancha. E agora Puccinelli?

EM BAIXA: O PT se recupera dos desgastes? Em 2016 perdeu 374 cidades (60%) das 630 que administrava. Hoje sem chances em São Paulo, Rio e Salvador ( as 3 maiores capitais). O PT perdeu o monopólio da esquerda e a própria unidade. Pior: a direção nacional quer usar o palanque eleitoral para fazer a defesa de Lula. Aqui em Campo Grande o candidato petista ignora essa orientação.

CONCORRÊCIA: Outras vertentes da esquerda – com brilho próprio, se colocam como representantes do anti-Bolsonarismo. A candidatura de Boulos (PSOL) em São Paulo é fruto da dissidência; Manuela d’Avila (PCdo B) em Porto Alegre é outro exemplo de que Lula, pelos seus erros, não dita mais a ordem unida da esquerda.

É NATURAL! Falso ‘mocinho’ na Casa Branca. Democrata ou republicano ele vai priorizar os interesses ‘deles’. Portanto, sem razões os delírios críticos da oposição contra Bolsonaro. O Brasil ainda é referência na questão ambiental, produz o que o mundo precisa e consome – temos a China como outro grande parceiro comercial.

OUTRO POVO: Olhando as eleições percebe-se o diferencial americano. Outra cultura patriótica, história (a autonomia dos Estados) e as influencias diferentes da nossa. Não chegaram ao topo por acaso. Após a decisiva participação na 2ª. Guerra a liderança mundial foi alcançada. ‘A América para os americanos’ enquanto nós da América Latina somos vistos como ‘cucarachas’. É assim que funciona.

DESENCANTO: O torcedor que não sabe a escalação da seleção de futebol é igual ao eleitor desmotivado como mostram as pesquisas. Ele deve colaborar com a abstenção através do voto nulo e branco. Lembrando Platão: “Não há nada errado com aqueles que não gostam da política. Simplesmente serão governados por quem gosta” (e aproveita).

MARQUETEIROS: Alguns resolvem ser os donos da verdade, produzindo planos de governo e pensando pelos próprios candidatos ao invés de apenas trabalhar a linguagem dessas ideias. Acham que tem a exclusividade de formulas mágicas de ilusionismo. Aí o eleitor começa a desconfiar da sinceridade ou viabilidade de suas propostas. E tchau!.

VEJA! A cada eleição uma lição. Apresentar um candidato não é com vender sabonete onde a embalagem/perfume contam. Nas eleições nem sempre a propaganda é a alma do negócio. Um exemplo: Enéas (Prona) foi o 3º colocado na disputa presidencial (1984) com apenas 1 minuto e 17 segundos no horário eleitoral sob os acordes da Sinfonia nº 5 de Beethoven. Quercia (MDB) e Brizolla (PDT) ficaram atrás dele.

PLANOS & PROMESSAS: Candidato a cargo majoritário é obrigado, desde 2010, a apresentar junto à Justiça Eleitoral o plano de governo. Mas na pratica o ‘plano’ acaba sendo um conjunto de promessas vagas sobre problemas genéricos, sem comprovar os mecanismos de gerenciamento. O candidato vende uma coisa e entrega outro produto.

UTOPIAS: Pelas propostas de candidatos a prefeito da nossa capital, são visíveis as ‘coincidências’ . Lembra o episódio protagonizado pelas Câmaras Municipais – que ao invés de fato elaborar a Lei Orgânica – terceirizaram à empresas que negociaram o mesmo trabalho também para outras cidades. Resultaram em Leis Orgânicas ‘siamesas’.

PROCEDE? Circula nas redes sociais um questionamento sobre a obrigatoriedade do exercício gratuito da função de mesário nas eleições devido os riscos de contaminação do Covid 19. A pergunta é: se a função fosse remunerada haveria vaga para aqueles que não são apadrinhados das autoridades do Judiciário? Correr riscos de graça é ruim.

‘MAR VERMELHO’: Nesta época de eleições abre-se o divisor de águas nas cidades interioranas. A população faz suas escolhas e às vezes excede na defesa de seu grupo e ideias. Período de turbulência, de posturas que podem comprometer antigos laços de relacionamentos sociais. A cicatrização das feridas só vem com o tempo ou sabedoria.

CIRO & LULA: A reconciliação entre o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Lula (PT) capotará na primeira curva. O ego deles se equivalem. O primeiro tem protagonizado cenas hilárias nas redes sociais pelos excessos etílicos e palavrões. O segundo em grave crise existencial pelas derrotas na justiça. E ele continua pregando sua honestidade em pleno deserto.