Produtores aproveitam chuvas e apressam plantio da soja, que pode ter nova safra recorde

Entre os dias 19 e 23 de outubro choveu em praticamente todo o território de Mato Grosso do Sul e os produtores rurais aproveitam a situação para acelerar o plantio da soja, a principal cultura de verão que pode render nova safra recorde ao Estado. Os dados estão no último boletim do Projeto SIGA/MS Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), coordenado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) em parceria com entidades de produtores rurais (Famasul e Aprosoja).

A estimativa é de que a área plantada com soja tenha aumento de 7,55% em relação à safra anterior, ocupando, portanto, 3,645 milhões de hectares. Com uma produtividade prevista de 53 sacas por hectare, o volume a ser colhido de soja em Mato Grosso do Sul pode chegar a 11,591 milhões de toneladas, aumento de 2,35% em relação ao que foi colhido na safra passada (que já registrou volume recorde). Cabe destacar que os técnicos do SIGA/MS são cautelosos e seguidamente o total apurado costuma ser maior. Na safra passada a estimativa inicial era de 9,9 milhões de toneladas e ultrapassou 11,3 milhões/ton.

O fato é que as chuvas da terceira semana de outubro foram o sinal que faltava para a partida acelerada das plantadeiras nas lavouras de todo o Mato Grosso do Sul. Há um pequeno atraso em relação à safra passada (6,5% menor), isso porque a estiagem se prolongou. Entretanto, nos últimos sete dias a semeadura já abrangia 24,5% de toda área estimada para a cultura, com alguns municípios grandes produtores (como Aral Moreira e Laguna Carapã) ultrapassando 60% da área já plantada.

Os técnicos tranquilizam com relação a esse pequeno atraso no plantio, já que nos últimos oito anos, 62,4% da semeadura ocorreu entre os dias 9 e 30 de outubro. Como não estão previstas fortes chuvas até fim do mês, as condições são favoráveis para conclusão do plantio ainda em outubro. A partir de novembro as precipitações serão mais regulares, portanto está sendo esperada uma produção dentro da média dos últimos cinco anos.

João Prestes, Semagro