Caro leitor, cidadão sul chapadense, é com lagrimas nos olhos e ao mesmo tempo com o coração cheio de esperança que escrevo esse texto. Lagrimas por tanta dor que essa terrível pandemia nos causou, dor por cada encontro que não aconteceu, por cada abraço não dado e por cada gesto de carinho interrompido ao longo deste ano, dor por cada vida ceifada, a pior de todas as dores. Muitos dirão que tudo isso é culpa da pandemia, eu no entanto diria ao contrário, é por causa do amor. Sim, somente por amor é que faríamos tantos sacrifícios assim. Esperança. Esperança de que tudo isso se resolva, que os filhos possam abraçar os pais, que os amigos possam finalmente se reencontrar, que a viagem seja remarcada sem medo e que a vida retome o seu curso natural, talvez nada volte a ser como era antes mas me recuso acreditar que tudo permanecera como estar agora. Sairemos desta crise mais fortes, com grandes lições de solidariedade, com mais empatia pelos outros, sairemos com a certeza do quão valiosa é a vida e o quanto ela é frágil também. Valorizaremos mais o abraço, a presença dos amigos, da família, e até as longas reuniões de trabalhos que antes eram chatas passarão a ser um motivo para estar entre aqueles com que mais convivemos diariamente. Quando o relógio marcar meia noite na noite do dia 31, um novo ano se iniciara, choraremos de saudades daqueles entes queridos que infelizmente não estão mais entre nós, mas felizmente estarão no reino do Céu juntos de Deus e essa será a única certeza que nos confortará. Sei que a dor será grande pois a saudade costuma bater tão forte quanto a própria vida. Lembraremos de cada sorriso, do jeito, das palavras e nos agarraremos a cada lembrança boa de alguém que foi e continuará sendo tão especial que fez parte da melhor pagina de nossa história.
Não percam as esperanças, tenham Fé, tenham perseverança, não deixem de acreditar que dias melhores virão e que tudo isso, logo logo, será apenas uma lembrança, ainda que dolorosa mas apenas uma lembrança. Que Deus lhe conceda a coragem necessária para viver. Não desistam.
Leonardo de Souza, seminarista da diocese de Três Lagoas, estudante do curso de filosofia