Ampla Visão: O eleitor será convencido a votar?
ANTÔNIO BRITO: No seu artigo “Triste fim de um candidato sincero” adverte que essa postura é vista como mensageiro do pessimismo, ‘postulante suicida’ pelo eleitor que quer um bom gestor. Admitir os desafios é inevitável, mas o candidato precisa mostrar otimismo e vontade de sanar ou amenizar os problemas. Tem que prometer!
CUMPLICIDADE? A mídia cobra a posição do Papa Francisco sobre os incêndios das igrejas no Chile. Espera-se dele uma fala no mesmo tom de suas abordagens dos incêndios da Amazônia, a pandemia e o racismo. A Igreja chilena dividiu-se na queda de Pinochet e agora o ‘rebanho progressista’ manifestou-se. E de que lado estaria o Sumo Pontífice? Seria prisioneiro das ‘forças ocultas’ do Vaticano?
ESPAÇOS: São importantes na política. Aqui no Estado o Democratas usando das imagens da ministra Tereza Cristina da Agricultura e do ex-ministro da saúde Luiz H. Mandetta e participando ativamente do processo eleitoral no interior e capital. Ambos são tidos como figuras emblemáticas no contexto atual com reflexos positivos em 2022.
PICARETAGEM? Vídeos nas redes sociais mostram um pastor da Igreja Assembleia de Deus do Ceará denunciando em sermão posturas incompatíveis de colegas seus que só visam o lucro financeiro pessoal. Pior: os compartilhamentos são de evangélicos pessimistas sobre os rumos da religião que virou bom negócio com viés político.
MUDANÇAS: O discurso do candidato Pedro Kemp a prefeito da capital é diferente dos discursos dos candidatos petistas no passado. Ele evita o uso do vermelho, esconde Lula e perdeu a indignação levada pelo estigma da corrupção que detonou a moral do PT. A ‘Lava Jato’ mudou posturas. Esse não é nem sombra do Kemp de outros tempos.
MILITÂNCIA: A marca forte do PT diluiu! Nem bandeiras, nem venda de ‘botons’ para fazer caixa. Lembra? Quem era verdadeiramente da esquerda migrou para outras siglas e os velhos dirigentes do PT se ajeitaram em bons cargos públicos e saíram da política (ou da prisão). Outros viraram empresários e ‘milagrosamente’ se deram bem.
EQUIVOCADOS: Candidatos a prefeito na capital pensam em fazer trampolim para 2022, mas sem atentar ao cenário sairão menores do que entraram. Na última pesquisa do Ibope (via telefone) por exemplo pontuaram apenas 1%. – Marcio Fernandes (MDB) e Marcelo Miglioli (Solidariedade). Enfim, nem sempre a ‘benção’ do padrinho resolve.
REPRISE: Em 1904 Rodrigues Alves quase caiu da presidência ao ordenar a vacinação contra a varíola. Questões políticas e questionamentos sobre a validade do remédio fomentaram o episódio. Pena! Após mais de 100 anos vemos outra guerra política devido a vacina do Covid. No caldeirão os personagens políticos e os mesmos ingredientes. Apenas os nomes mudaram. A politização do tema é a mesma!
UM PARAÍSO: Nada menos que 8 ex-governadores do Paraná perderam o direito a aposentadoria. A opinião pública aplaudiu. Mas aqui, o TJ. manteve as aposentadorias do ex-governador Marcelo Miranda (R$32.205,81) e das viúvas Fairte N. Tebet (R$24,1 mil) e Maria A. Pedrossian (R$17,7 mil) pagas no mês de Agosto. E segue a galopeira…
DESABAFO: “…Como exigir que o poderoso Judiciário com seus palácios, sua enorme estrutura de assessores, carros, passagens, férias duplas, diárias, possa ter tempo para aferir se o Zé das Couves pode já estar preso por muito mais tempo do que o previsto, ou que o motivo que fundamentou a prisão há 90 dias não existe mais e que a liberdade se impõe?…” (Advogado Antônio Carlos Almeida Castro – Kakay)
HARFOUCHE: Tem 2 olhares: o imediato é liberar sua candidatura à prefeito da capital pelo Avante; e o segundo é participar de eventual 2º turno em coalização com outros partidos. Como sempre nestas horas, aflora a amnésia na mesa de negociações com ‘cardápio’ que agrade a todos os participantes. Faz parte do jogo político.
DETALHES: Para chegar a Casa Branca o candidato deve obter 270 votos do Colégio Eleitoral, independentemente de ter obtido a maioria no voto popular. Cada Estado tem direito a certo número de delegados do ‘Colégio’, quantidade que varia de acordo com seus representantes no Congresso. São os delegados que elegem o presidente do país.
NO BRASIL a torcida de ‘figurões’ da mídia é por Joe Biden. Antes previam até com sarcasmo a vitória de Hillary Clinton e a derrota de Bolsonaro: Lucas Mendes, Guga Chacra, Miriam Leitão, Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo entre outros. Eles não retratam com fidelidade o cenário nos ‘States’ e se colocam como torcedores.
‘SANTO GÁS’: Assisti ao julgamento no STF. Não foi desta vez que nosso Estado perdeu o filão de ICMS do gás ‘mande in Bolívia’. Matéria complexa envolvendo questões tributárias e constitucionais contra São Paulo, RS. e Santa Catarina . Dois destaques na sessão: o ministro relator Gilmar Mendes acolhendo a tese de MS e do ministro Alexandre de Moraes em posição contrária. Foi sofrido: 5 a 4 o placar.
BRINCADEIRA: O que seria motivo de revolta em outros países no Rio o carioca aceita dando de ombros. Os mesmos personagens de antes ou seus representantes disputando as eleições. Corrupção, milícias, escândalos diversos pontuam a política. Pasmem! Eduardo Paes (DEM) liderando, seguido de Marcelo Crivela (Republicanos).
E AGORA? O sistema Huawey da China (5 G) oferece internet 10 vezes mais veloz. Mas ao permitir espionagem e coleta de dados de usuários é rejeitado em vários países. O Brasil espremido na guerra comercial China e ‘USA’. O episódio confirma nosso atraso também na tecnologia como no caso da fabricação da vacina contra o Covid.
‘THE END’: O que será do PT após as eleições? Em São Paulo o candidato petista Gilmar Tato tem 5% nas pesquisas e Benedita da Silva tem 7% no Rio de Janeiro. Só tem chances de vencer em Fortaleza. No Sul desistiu em favor do PC do B e PSOL. Lula continua raivoso, criticando o ex-juiz Moro e o presidente Bolsonaro.
LAMENTOS: Candidato a vereador decepcionado nas relações com o eleitor. Claro que a máscara atrapalha; sem o cafezinho de antes a conversa está difícil com o eleitor usando o Covid como pretexto para evitar o diálogo. Mas outra constatação é grave: são muitos os eleitores sem coragem de enfrentar riscos para comparecerem as urnas.
Millôr Fernandes:
O político é um sujeito que convence todo mundo a fazer uma coisa da qual ele não tem a menor convicção.