A jovem de 19 anos, mãe da criança que foi presa com coleira de cachorro pelo “avôdrasto” disse que vai ter que sair da cidade porque foi ameaçada de morte pelo autor das agressões. Enquanto o padrasto de 37 anos ainda está preso na delegacia, a mãe compra a passagem para ir embora com o filho.
O caso foi registrado ontem (20) na Delegacia de Polícia Civil de Chapadão do Sul, depois que a mãe da criança sofreu agressão por parte do autor.
“Eu vou ter que sair de casa. Porque ele mora lá, é marido da minha mãe. Ele não vai sair, quem tem que sair sou eu. Ele me ameaçou, disse que vai me matar. Ele não tem respeito por ninguém, já bateu diversas vezes na minha mãe. Ele é um cara muito trabalhador, mas não justifica as coisas que ele faz”, disse.
A vítima contou que o padrasto tem costume de xingar ela e o filho dela. Ontem, depois de mais um episódio de agressão verbal, a jovem enfrentou o padrasto pedindo para que o padrasto parasse com os xingamentos. Foi aí, segundo a jovem, que os dois começaram a discutir e os dois passaram a jogar objetos um no outro.
O padrasto, segundo a jovem, chegou a pegar um facão para matá-la. Ela, então, chamou a polícia e enquanto estava na delegacia aguardando para registrar boletim de ocorrência, mostrou para os policiais o vídeo que o padrasto havia feito. A cena é repugnante. A imagem mostra o menino num cobertor dobrado em cima de um carrinho-de-mão, preso a uma coleira de cachorro, que está amarrada a uma corda. A mãe disse que nesse dia, o filho chegou a ficar amarrado por alguns minutos.
Voz masculina, da pessoa que gravou a imagem, descreve: “O que eu faço com moleque arteiro ó? Põe na corda. Tá preso, preso. Aqui ó? É arteiro”.Vai ficar aí preso agora. Tchau. Vai ficar preso aí pra aprender. Fica enchendo o saco do tio. Tchau e obrigado. Fui”, continua. A criança balbucia um “não”. O homem ignora e diz: “foi, tchau”.
O agressor foi preso pelos crimes de injúria, ameaça contra a mulher e maus-tratos contra o menino. Ele passará por audiência de custódia na Justiça nesta quarta-feira (21) para definir se ficará preso esperando o andamento do inquérito ou se poderá responder em liberdade.
Não divulgou o nome do autor, seguindo determinação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), para não identificar a criança.
Por Viviane Oliveira – CAMPO GRANDE NEWS