Fronteira do Paraguai com Brasil deverá ser reaberta final de setembro para turismo de compra

A fronteira do Brasil com o Paraguai, fechada desde 18 de março devido à pandemia da Covid-19 deverá ser reaberta na próxima terça-feira (29) após uma reunião na tarde desta quinta-feira (24) entre autoridades paraguaias e comerciantes no departamento de Amambay, região de fronteira, próximo a Mato Grosso do Sul. A decisão de fechar a linha internacional partiu do governo paraguaio para impedir o avanço do novo coronavírus pelo país.

Segundo o presidente da Câmara do Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Hugo Barreto, a reabertura de início será destinada para o turismo de compras com o objetivo de impulsionar a economia da região. Desde o início da pandemia, 5 mil pessoas foram demitidas e das 500 lojas e estabelecimentos, 200 fecharam as portas.

Autoridades paraguaias e comerciantes discutem protocolo para reabertura da fronteira com o Brasil. — Foto: Fronteira Seca/Divulgação
Autoridades paraguaias e comerciantes discutem protocolo para reabertura da fronteira com o Brasil. — Foto: Fronteira Seca/Divulgação

Ainda de acordo com Barreto, durante a reunião que teve a participação do ministro o interior do Paraguai, Euclides Acevedo, ficou definido que o protocolo de reabertura se estenderá por toda faixa de fronteira entre a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero e o município sul-mato-grossense, Ponta Porã, que estará aberta a partir das 7 da manhã até às 21h da noite.

Conforme o órgão, o turismo de compras é o deslocamento de pessoas dentro dos padrões turísticos com a motivação ligada ao consumo. Uma das características está relacionadas ao bom preço, exclusividade ou a tecnologia avançada de produtos ainda não encontrada na origem do turista.

Nesse período, a partir da reabertura, turistas poderão atravessar a linha internacional com todos os cuidados necessários para se protegerem da Covid-19. Residentes na região tem acesso livre para ir e voltar ao país vizinho independente do horário o exército paraguaio fará a vigilância no local.

Com fronteira fechada, comércio de Pedro Juan Caballero dispensa 5 mil e fecha 200 lojas. — Foto:  Associação dos Desempregados Fronteiriços/Divulgação
Com fronteira fechada, comércio de Pedro Juan Caballero dispensa 5 mil e fecha 200 lojas. — Foto: Associação dos Desempregados Fronteiriços/Divulgação

Ainda de acordo com o Associação dos Desempregados Fronteiriços, Luiz Benitez, as autoridades informaram que a fronteira ainda não foi reaberta porque o governo brasileiro está um pouco cauteloso com o livre acesso da linha internacional, mas afirmou que são pequenos ajustes e que em breve os dois países estarão oficialmente com a fronteira reaberta.

Segundo Benitez, após o encontro desta quinta-feira, haverá uma nova reunião entre os autoridades brasileiras e paraguaias para tratar do assunto da reabertura da fronteira na região de Mato Grosso do Sul.

“Nós precisamos dessa fronteira aberta para fazer nossos serviços. Tem muito paraguaio que trabalha em Ponta Porã e muito brasileiro que trabalha aqui no Paraguai. Nós precisamos de uma proposta concreta do nosso governo para ajudar essas pessoas que estão desempregadas”, explicou ao G1.

O fechamento da fronteira do Paraguai com o Brasil provocou desde 18 de março 5 mil demissões e o fechamento de pelo menos 200 lojas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, vizinha do município de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul.

Segundo o presidente da Câmara do Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Hugo Barreto, antes da pandemia, havia cerca de 500 lojas na região de fronteira e o turismo de compras, impulsionado pelos visitantes brasileiros, alavancava a economia local.

Barreto comenta que com a fronteira fechada, os comerciantes paraguaios perderam boa parte da clientela e tiveram que demitir funcionários e fechar estabelecimentos. Em razão do grande número de desempregados na cidade, foi criada até uma entidade para auxiliar essas pessoas, a Associação dos Desempregados Fronteiriços.

Conforme o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde do Paraguai, até essa quarta-feira (23), são 35.571 casos confirmados e 727 mortos. Em Mato Grosso do Sul, de acordo com a secretaria estadual de Saúde (SES), até hoje, o número de óbitos no estado provocados pela doença chegou 1.217 e foram confirmados 652, o que elevou o total do estado para 66.426.

Por Flávio Dias, G1MS