No dia 07 de junho de 2020, foi publicado os mapas gerados na pesquisa de diagnóstico das populações com comorbidades consideradas grupos de risco ao COVID-19 (Coronavírus). Dentre as comorbidades mapeadas, nos atemos a população com hipertensão e/ou diabetes e população idosa com hipertensão e/ou diabetes.
Dos 21.939 habitantes (estimativa do IBGE 2019 ), 3.307 pessoas (levantamento do projeto) possuem hipertensão ou diabetes, ou as duas patologias. Sabendo que pessoas com idade acima de 60 anos e/ou pessoas que possuem alguma dessas comorbidades fazem parte do grupo de risco ao novo coronavírus
Dentre as principais observações, notamos que os grupos mapeados se concentram principalmente no Centro, Vila Izanópolis, Jardim Laranjeiras, Vila Pernambuco e Jardim Campo Grande.
DESCRIÇÃO E ANÁLISE
O primeiro mapa produzido apresenta a distribuição espacial da população hipertensa de Cassilândia, a escala de cores em vermelho representa a distribuição percentual da população total com aquela comorbidade por bairro. O mapa foi sobreposto por um gráfico que indica a variação por classes da faixa-etária do público mapeado.
O Centro da cidade possuí o maior percentual de pessoas com hipertensão 28% (se tratando do público total com está comorbidade), a Vila Pernambuco possuí o segundo maior percentual de pessoas, a Vila Izanópolis possuí o terceiro maior percentual com 20%.
Ao compararmos com os gráficos percebemos que com exceção do Centro, a Vila Pernambuco e a Vila Izanópolis possuem mais pessoas com essa comorbidade, com a faixa-etária de até 59 anos e 60-69 anos.
MAPA 1 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO COM HIPERTENSÃO, DA CIDADE DE CASSILÂNDIA-MS.
O segundo mapa apresenta a distribuição espacial da população com diabetes, a Vila Pernambuco e o Centro da cidade ocupam respectivamente o maior intervalo da classe entre 20 a 25%, em segundo lugar a Vila Izanópolis ocupa o segundo maior intervalo de classe com 20%. O Jardim Campo Grande e o Jardim Laranjeiras ocupam a classe de 5 a 10%, os demais bairros se situam entre 0 e 5%.
Os bairros que ocupam as maiores classes, possuem a maior quantidade de pessoas com idade até 79 anos, o bairro Vila Pernambuco é o bairro com a maior quantidade de pessoas com idade entre 80 a 89 anos e que possuem diabetes.
MAPA 2 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO COM DIABETES, DA CIDADE DE CASSILÂNDIA-MS
O terceiro mapa produzido na pesquisa, apresenta a distribuição espacial da população idosa na cidade de Cassilândia com hipertensão e/ou diabetes. Apenas três bairros não apresentaram pessoas com idade de 60 anos ou mais.
O Centro e a Vila Pernambuco concentram o maior número de pessoas com idade entre 60 a 79 anos, sendo os bairros com maior concentração dessa população em termos de frequência relativa, ocupando a classe de 25 a 29%. Em segundo lugar a Vila Izanópolis, ocupando a classe de 15%, tendo também uma grande concentração de pessoas com a idade entre 60 a 79 anos.
MAPA 3 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO COM HIPERTENSÃO E/OU DIABETES COM MAIS DE 60 ANOS, DA CIDADE DE CASSILÂNDIA-MS.
O quarto mapa (mapa 04), apresenta a distribuição espacial dos casos confirmados de COVID-19 na cidade de Cassilândia, de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul a cidade possuía até a data de 22 de agosto de 2020, 156 casos confirmados (excluindo os casos correspondentes a Vila Santa Rita, Zona Rural e Setor Rodoviário).
Analisando o mapa, é possível notar que alguns dos bairros que ocupam as maiores classes, são também os bairros que possuem pessoas como algumas das comorbidades citadas.
O centro teve a maior quantidade de casos registrada (31%), seguido da Vila Pernambuco e Vila Izanópolis (7-23%), Jardim Duarte e Vila Imperatriz (4-7%), Jardim Minas Gerais e Jardim Laranjeiras (2-4%) e os demais com 1-2% do número de casos.
A faixa etária predominante entre os infectados é de 30-59 anos (os bairros com o maior percentual de casos, são também os que possuem maior quantidade de pessoas infectadas com essa faixa etária).
O Centro, a Vila Pernambuco e a Vila Izanópolis tiveram os números de casos em termos percentuais, sendo eles também os bairros com maior quantidade de população hipertensa e/ou diabética e população idosa hipertensa e/ou diabética (vide mapa 1,2,3).
MAPA 4 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS CONFIRMADOS DE COVID-19, NA CIDADE DE CASSILÂNDIA-MS
O quinto mapa apresenta (mapa 05) a distribuição espacial dos óbitos por COVID-19 na cidade de Cassilândia, a maior concentração de óbitos foi registrada até o momento está concentrada na Vila Pernambuco com 2 óbitos, seguido do Centro, Vila Imperatriz e Jardim São Vicente com 1 óbito.
A faixa etária predominante entre os óbitos é de pessoas com 60 anos ou mais.
MAPA 5 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS ÓBITOS POR COVID-19, NA CIDADE DE CASSILÂNDIA-MS
O gráfico apresenta o crescimento gradual do número de casos de covid-19 no município de Cassilândia, a evolução linear no número de casos confirmados por ser claramente percebida quando comparado os dias 21 de julho e 21 de agosto.
O primeiro registrava cerca de 37 casos confirmado, 1 óbito e cerca de 27 recuperados.
O segundo registrava cerca de 161 casos confirmados, 4 óbitos e cerca de 95 recuperados.
Entre os dias 21 e 25 de agosto houve um novo crescimento exponencial, atingindo o número de 197 casos confirmados (51% dos totais), 5 óbitos e 108 recuperados.
Gráfico 1 – CRESCIMENTO ABSOLUTO E RELATIVO DOS CASOS DE COVID-19 NO MUNICÍPIO DE CASSILÂNDIA-MS.
A nota técnica emitida por pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS aponta um aumento no rítimo da disseminação dos casos de COVID-19 em apenas 14 dias, segundo o relatório Cassilândia apresentou 91% de aumento no número de casos.
Ao considerar esse aumento substâncial no número de casos e a infraestrutura em saúde da microrregião de Paranaíba, assim como, a partir de indicadores de morbidade, mortalidade e indicador composto de morbimortalidade, foi emitido alerta para os municípiso da região, em especial Aparecida do Taboado (alerta nível 4 – Permição de apeanas deslocamentos excênciais) e Cassilândia (alerta nível 3 – Restrição de mobilidade).
A partir dos apontamentoss na escala regional, os pesquisadores reforçam a necessidade de investimentos e esforços municipais na ficalização eficaz em relação as restrições de mobilidade da população.
CONSIDERAÇÕES
O relatório corrobora os dados apresentados anteriormente, uma vez com a análsie regional é possível notar o déficit em infraestrutura de serviço de saúde capaz de atender minimamente ao excedente do número de pessoas infectadas.
A análise local da distribuição espacial dos casos permite olhar a cidade mais pontualmente, proporciona a tomada de decisão nos locais com maior incidência a fim de rastrear, isolar e tratar, contudo, nesse momento é necessário a adoção de medidas mais energéticas frente a diminuição da proliferação e com isso a contenção do crescimento no número de infectados. Sendo necessário a adoção de medidas de restrição de mobilidade.
REFERÊNCIAS
NOTA TÉCNICA: Índice de morbimortalidade municipal por covid-19 aumenta nos quatro municípios da microrregião de saúde de Paranaíba elevando os níveis de alerta em dois desses municípios entre a 32ª e a 34ª semanas.
Fonte: Cassilândia Notícias – Os acadêmicos cassilandense Antonio Idêrlian Pereira de Sousa e Idaiani Pereira de Souza estão à frente do projeto.