Cada vez mais se alastrando por Goiás, o coronavírus contaminou 86% mais pessoas nos primeiros 10 dias de agosto do que no mesmo período de julho, conforme apontam dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Os números de mortes foram 16% maiores no período analisado.
Do dia 1º ao dia 10 de agosto, a SES contabilizou 17.521 novas contaminações e 332 mortes pela doença. Nesse período de julho, foram 9.383 casos confirmados e 286 óbitos.
Desde o início dos primeiros contaminados, em março, o estado tem 87,2 mil casos confirmados, nesta segunda-feira (10) e 2.023 goianos não resistiram à infecção, causada principalmente nos pulmões, e morreram, segundo a pasta. Em 24 horas, o estado registrou três mortes e 2.121 novos casos confirmados.
Do total de pessoas contaminadas, a SES informa que 78.432 se recuperaram da contaminação. Por outro lado, 147.518 pessoas com sintomas suspeitos estão na fila à espera da coleta para exames e resultados com diagnósticos.
Goiás realizou 21.170 testes do tipo RT-PCR, considerado padrão ouro no diagnóstico, pelo Laboratório de Saúde Pública de Goiás (Lacen/GO), no período de 26 de fevereiro a 1º de agosto. Destes 7.877 (37,2%) tiveram exame positivo para para coronavírus, 13.290 (62,7%) foram negativos, 3 (0,01%) tiveram resultado inconclusivo e 1.026 estão aguardando análise.
Pico da Covid-19
Em meados de julho, o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, havia dito que Goiás enfrentaria o pico da doença na última semana daquele mês, entre os dias 22 e 28.
Professor e pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel confirma que os dados das antigas notas técnicas apontavam para altos registros em julho. Porém, de acordo com as informações recentes, o pico foi atualizado para a segunda quinzena de agosto.
“Não me parece que o pico foi em julho. Os dados mostram um crescimento exponencial. É muito difícil apontar a data exata. A gente só vai saber que o pico aconteceu quando ele passar. Para isso, precisamos ter 14 dias contínuos de decréscimo nos números de casos confirmados e mortes”, esclarece Rangel.
Ocupação dos leitos de UTI
A rede pública estadual de saúde tem 270 leitos de UTI exclusivos para Covid-19. A taxa de ocupação está em 84,7%. Na enfermaria, o índice é de 66,8%, neste domingo.
Já na rede municipal de Goiânia, dos 81 leitos de UTI disponíveis, 77% estão ocupados. Na enfermaria, o índice é de 63% de ocupação.
Evolução dos casos
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- No dia 12 de março, o governo registrou os três primeiros casos de Covid-19 em Goiás;
- Em 6 de maio, Goiás ultrapassou 1 mil casos confirmados e atingiu 45 mortes;Em 15 de junho, o estado contabilizou 10 mil casos de coronavírus e 226 mortes;
- Entre 1º e 30 de junho, o estado registrou 84% dos casos de coronavírus desde o início da pandemia, em março;
- Goiás registrou três vezes mais mortes na primeira quinzena de julho em relação ao mesmo período de junho. Os números saltaram de 99, em junho, para 406, em julho.
- A marca de 1 mil mortes foi registrada em 16 de julho.
- Em 19 de julho, devido a uma instabilidade no sistema de notificação, houve redução de 17 casos nos números de infectados;
- Um recorde nos números de casos confirmados foi registrado em 22 de julho, com 3.526 notificações em 24 horas.
- Em 23 de julho, Goiás atingiu os 50 mil casos e registrou um recorde de mortes, com 102 registros em 24 horas.
- Goiás registra em julho média de 1,3 mil casos confirmados de coronavírus por dia.
- Primeiros cinco dias de agosto registram 170% mais casos que o mesmo período de julho.
- Em 8 de agosto, o estado ultrapassou a marca de 2 mil mortos.
- Goiás é o 2º estado do Centro-Oeste com o maior número de mortes por coronavírus
Por Rafael Oliveira, G1 GO