Já são 80.415 pessoas contaminadas com o coronavírus em Goiás, sendo 1.924 mortes causadas pelas complicações da doença, conforme divulga o boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta quinta-feira (6).
Em 24 horas, o estado registrou 3.393 novos casos confirmados e 94 mortes causados pelo novo vírus. Até o momento, a SES informa que 71.164 pessoas se curaram da doença. A fila de casos suspeitos tem 142.334 moradores, que esperam resultado de exames.
De 1º a 5 de agosto, o estado registrou 170% mais casos confirmados em relação ao mesmo período do mês passado. Os dados referentes às mortes também subiram 39%
Pico da Covid-19
Em meados de julho, o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, havia dito que Goiás enfrentaria o pico da doença na última semana daquele mês, entre os dias 22 a 28.
Professor e pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel confirma que os dados das antigas notas técnicas apontavam para altos registros em julho. Porém, de acordo com as informações recentes, o pico foi atualizado para a segunda quinzena de agosto.
“Não me parece que o pico foi em julho. Os dados mostram um crescimento exponencial. É muito difícil apontar a data exata. A gente só vai saber que o pico aconteceu quando ele passar. Para isso, precisamos ter 14 dias contínuos de decréscimo nos números de casos confirmados e mortes”, esclarece Rangel.
Transmissão no transporte coletivo
A explicação para o aumento de pessoas infectadas está no baixo índice de isolamento social, que recebeu contribuição da reabertura do comércio ao longo de julho. No último dia 27, o governador do estado, Ronaldo Caiado (DEM), decretou a prorrogação “por tempo indeterminado” do período de funcionamento do comércio em Goiás. A medida segue uma nota técnica da SES, que recomenda a manutenção das atividades econômicas e fiscalização rigorosa dos protocolos sanitários.
Com a abertura do comércio, mais pessoas utilizam o transporte público para se locomover, onde há grande chance de transmissão do coronavírus, como explica o professor Thiago Rangel.
“Os protocolos de segurança adotados pelos comércios são importantes, mas não mais importantes que a transmissão que ocorre no transporte público, que não garante segurança às pessoas. O problema nunca foi o comércio, mas as aglomerações, principalmente quando se coloca 50 pessoas viajando por horas dentro de um ônibus. É claro que vai ter transmissão”, explicou Rangel.
Em nota, a CMTC disse que, como órgão gestor do sistema metropolitano de Goiânia, “desconhece qualquer estudo que corrobore esta afirmação de que o aumento de casos de contágio tenha origem no transporte coletivo. Inclusive, os funcionários do sistema contaminados, conforme pesquisas internas, não adquiriram o vírus pelo sistema”.
Evolução dos casos
- No dia 12 de março, o governo registrou os três primeiros casos de Covid-19 em Goiás;
- Em 6 de maio, Goiás ultrapassou 1 mil casos confirmados e atingiu 45 mortes;
- Em 15 de junho, o estado contabilizou 10 mil casos de coronavírus e 226 mortes;
- Entre 1º e 30 de junho, o estado registrou 84% dos casos de coronavírus desde o início da pandemia, em março;
- Goiás registrou três vezes mais mortes na primeira quinzena de julho em relação ao mesmo período de junho. Os números saltaram de 99, em junho, para 406, em julho.
- A marca de 1 mil mortes foi registrada em 16 de julho.
- Em 19 de julho, devido a uma instabilidade no sistema de notificação, houve redução de 17 casos nos números de infectados;
- Um recorde nos números de casos confirmados foi registrado em 22 de julho, com 3.526 notificações em 24 horas.
- Em 23 de julho, Goiás atingiu os 50 mil casos e registrou um recorde de mortes, com 102 registros em 24 horas.
- Goiás registra em julho média de 1,3 mil casos confirmados de coronavírus por dia.
- Primeiros cinco dias de agosto registram 170% mais casos que o mesmo período de junho.
Ocupação dos leitos de UTI
A rede pública estadual de saúde tem 267 leitos de UTI exclusivos para Covid-19. A taxa de ocupação está em 85,6%. Na enfermaria, o índice é de 67,3%, nesta quinta-feira.
Já na rede municipal de Goiânia, dos 169 leitos de UTI disponíveis, 79,3% estão ocupados. Na enfermaria, o índice é de 78,7% de ocupação.
Por Rafael Oliveira, G1 GO