Fernando da Cruz Silva (27) é o nome do motorista preso acusado de ter facilitado o furto da carga de carne de frango avaliada em R$ 145 mil em Chapadão do Sul. O golpe foi descoberto por policiais do NOTTI (Núcleo de Operações Táticas e Investigações do Interior) após o condutor apresentar várias contradições para o mesmo fato. No “cativeiro” sequer foi amarrado e comeu marmitex com arroz, espetinho, vinagrete e bolachas. O tratamento “vip” dispensado por perigosos “piratas do asfalto” chamou a atenção dos policiais que foram atrás de outras pistas que acabaram revelando um plano de facilitação do furto de 420 caixas de file de peito de frango, outras 11 unidades de diversos pesos e o caminhão da Transportadora catarinense Tombini interceptados na MS-306.
A história ficcional de Fernando da Cruz Silva começou a ser contada desde o último dia 7 quando dormiu no Posto Novo Mato Grosso, na cabine do Scânia da Tombini com a carga que deveria ser entregue em São Paulo. Acordou cedo e seguiu viagem a em direção a Cassilândia. Ainda na MS-306 foi ultrapassado por um Gol branco e uma mulher fazia sinal como se mostrasse algo errado no caminhão. Cerca de dez quilômetros após este fato parou no acostamento para verificar se algo estava errado.
Repentinamente surgiu uma caminhonete de cor prata com três homens. Um deles, louro de olhos azuis, portando uma pistola 357 niquelada, foi logo dizendo “perdeu motora, perdeu motora”. Acabou dentro do veículo com uma fronha na cabeça. A seguir o carro se embrenhou na mata uns 200 metros do local do ataque, num “cativeiro”.
Ficou sendo “vigiado” por um homem armado. No final da tarde do dia 8 o suposto “sequestrador” perguntou o que ele queria comer e foi buscar o cardápio solicitado para que o “prisioneiro” pudesse suportar o rigor do cativeiro. Cerca de 20 minutos depois o bandido voltou com duas marmitex com arroz, espetinho mandioca e duas bolachas das marcas Bonno e Negresco. A “vítima” disse que os bandidos eram bons, profissionais, e não o agrediram ou sequer usaram cordas. No dia 9 o homem foi embora e disse para o motorista esperar uma hora antes de sair
Conseguiu uma carona na MS-306 e voltou para o posto Novo Mato Grosso onde tomou um café. Ligou para um celular do NOTTI para fazer o Boletim de Ocorrência, não demonstrava nervosismo, queria apenas registrar o fato. O proprietário da carreta foi contato e admitiu não ter seguro e que a carga estava avaliada em R$ 145 mil. Já funcionários do restaurante do posto informaram que a suposta vitima foi ao local comprar bolachas com o tal homem moreno que seria o bandido da história.
A contradição custou a liberdade do motorista porque ele disse ter ficado no cativeiro enquanto o bandido foi buscar a comida. Acabou desmascarado e preso por comunicação falsa de crime e furto por abuso de confiança. Os policiais ainda foram a Cassilândia na tentativa de achar a carga e a carreta. Através do dispositivo de rastreamento veiculo os policiais descobriram que ele ficou parado por cerca de 40 minutos no antigo posto Agipe, atualmente desativado.
Uma ligação para a esposa do motorista acabou revelando mais contradições que foram usadas contra ele. A tese de facilitação do furto ficou mais evidente no “cativeiro”, onde foram encontradas pegadas somente da suposta “vítima”, nada de pistas do sequestrado
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