Coronavírus provoca 1.606 mortes e infecta mais de 66 mil pessoas em Goiás, diz SES

Desde o início da pandemia, há cinco meses, o coronavírus infectou 66.059 moradores goianos e é apontado como causa de 1.606 mortes registradas no estado. Os dados constam no balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta quinta-feira (30). A taxa de letalidade do vírus no estado está em 2,43%.

O balanço revela que, do total de contaminados, 58.186 pessoas se recuperaram da doença. Outras 126.273 estão com suspeita da Covid-19 e aguardam o resultado de exames.

Em 24 horas, o estado registrou 2.674 casos confirmados e 72 mortes. Os dados anteriores eram de 63.385 pessoas infectadas e 1.534 mortes.

O estado já não tem mais nenhuma cidade totalmente livre do coronavírus. O mapa virtual da Covid-19, gerenciado pela SES, mostra que 60 municípios tem mais de 800 casos confirmados por 100 mil habitantes, sendo a maioria na região sudoeste, que engloba Jataí, Rio Verde, Caçú, Santa Helena de Goiás e outros, e parte da região Metropolitana de Goiânia, com mais intensidade em Aparecida de Goiânia.

Pico da doença

 

O secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, informou na segunda-feira (27) que o estado está passando pelo pico de casos de Covid-19 e que a situação deve se estabilizar esta semana.

“Acreditamos que estamos vivendo o pico e que esse pico se estabilize e vire um platô ao longo desse semana. O platô significa que o número de casos diários tende a permanecer o mesmo”, disse o secretário.

Porém, a professora de medicina Érica da Silveira, da Universidade Federal de Goiás (UFG), considera que os casos ainda estão com uma expansão ‘a galope’.

“Nós não temos mais no estado de Goiás uma curva epidêmica, nós temos um foguete”, disse a professora.

Ocupação dos leitos de UTI

 

A rede pública estadual de saúde tem 206 leitos de UTI exclusivos para Covid-19. A taxa de ocupação está em 83%. Na enfermaria, o índice é de 67,8%, nesta quarta-feira.

Já na rede municipal de Goiânia, dos 169 leitos de UTI disponíveis, 83,9% estão ocupados. Na enfermaria, o índice é de 75,8% de ocupação.

Evolução dos casos

 

  • No dia 12 de março, o governo registrou os três primeiros casos de Covid-19 em Goiás;
  • Em 6 de maio, Goiás ultrapassou 1 mil casos confirmados e atingiu 45 mortes;
  • Em 15 de junho, o estado contabilizou 10 mil casos de coronavírus e 226 mortes;
  • Entre 1º e 30 de junho, o estado registrou 84% dos casos de coronavírus desde o início da pandemia, em março;
  • Goiás registrou três vezes mais mortes na primeira quinzena de julho em relação ao mesmo período de junho. Os números saltaram de 99, em junho, para 406, em julho.
  • A marca de 1 mil mortes foi registrada em 16 de julho.
  • Em 19 de julho, devido a uma instabilidade no sistema de notificação, houve redução de 17 casos nos números de infectados;
  • Um recorde nos números de casos confirmados foi registrado em 22 de julho, com 3.526 notificações em 24 horas.
  • Em 23 de julho, Goiás atingiu os 50 mil casos e registrou um recorde de mortes, com 102 registros em 24 horas.
  • Goiás ultrapassa 58 mil casos e registra 1,4 mil mortes no dia 27 de julho.

Reabertura do comércio

 

Em meio à previsão do próprio governo para o pico da doença acontecer neste mês, o governador do estado, Ronaldo Caiado (DEM), decretou na segunda-feira (27) a prorrogação “por tempo indeterminado” do período de funcionamento do comércio em Goiás. A medida segue uma nota técnica da Secretaria Estadual de Saúde, que recomenda a manutenção das atividades econômicas e fiscalização rigorosa dos protocolos sanitários.

O governo federal publicou na terça-feira (28) uma portaria reconhecendo o estado de calamidade pública em Goiás devido à pandemia da Covid-19.

Assim, o reflexo desta liberação será percebida ao final do mês e, caso os dados sejam considerados críticos, o governo ponderou que as medidas podem “ser revistas a qualquer momento, conforme análise da evolução da situação epidemiológica”.

 

 

Por Rafael Oliveira, G1 GO