Em intervalo de dez dias, Campo Grande ganhou dez novos leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para casos graves de covid-19, acréscimo de 9,7% na rede, conforme mapa hospitalar divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde). O ritmo de ativação das estruturas não acompanhou a evolução das internações, que saltaram 60,6% no mesmo período.
Segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), o total de internados com novo coronavírus em UTIs na Capital saltou de 61, no dia 10 de julho, para 98, ontem.
No mesmo período, mapa hospitalar da SES mostrou a abertura de dez novas vagas em UTIs no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, que complementam as 83 camas para pacientes críticos no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) e outras 20 na Santa Casa.
O abismo entre a disparada de novos casos graves da doença e o compasso do avanço na infraestrutura em Saúde da Capital vão ao encontro da projeção de colapso dos hospitais, já no próximo mês.
Estudo liderado pelos professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Erlandson Saraiva, do Instituto de Matemática, e Leandro Sauer, da Escola de Administração e Negócios, indica que haverá menos leitos hospitalares do que a demanda por eles dentro de 21 dias em Campo Grande.
Entre 10 e 20 de julho, a Capital não teve ativado nenhum novo leito clínico, para pacientes com quadros moderados de infecção. Hoje são 224, sempre de acordo com mapa da SES.
A planilha da secretaria estadual aponta para 79 camas clínicas em processo de expansão, além de 55 de UTIs à espera de montagem e habilitação.
Tomados os mesmos dez dias de intervalo, Campo Grande registrou 2.225 novos casos de covid-19, crescimento equivalente a 52,1%. Até ontem eram 6.490 confirmados.
O número de mortes mais que dobrou. De 31 óbitos contados até 10 de julho, o número chegou a 73, ontem (20), aumento de 135,4% nos registros.
Por Jones Mário – CAMPO GRANDE NEWS