Em 20 dias, Goiás registrou 15.083 moradores contaminados com o coronavírus e 585 mortes, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde. Ao todo, até segunda-feira (20), o estado tem 40.891 pessoas infectadas, sendo que 1.106 morreram com a Covid-19.
Do total, 12.584 moradores se recuperaram da doença. O estado tem uma imensa fila com 100.918 casos suspeitos à espera de exames.
Os dados dos primeiros 20 dias de maio, junho e julho mostram que o estado registrou o dobro de mortes entre os meses analisados. De maio para junho foram 242% a mais de óbitos registrados, quando os números saltaram de 49 para 168, respectivamente. A média se manteve nos registros de junho para julho, quando os números subiram de 168 para 585, aumento de 248%.
Houve crescimento expressivo também nos dados de casos confirmados entre maio e junho, quando os números subiram de 1.241 para 11.175, aumento de 800%. O crescimento de junho para julho foi menor, de 34%, no período analisado, com salto de 11.175 para 15.083, respectivamente.
Reparo no sistema ocasiona redução nos dados
Nas últimas 24 horas, foram registrados 126 novos contaminados e 14 mortes em Goiás, sendo que na semana passada, em média, o estado contabilizou mais de 800 casos por dia. A Secretaria de Saúde explicou, nesta segunda-feira, por meio de nota, que “estão sendo realizados ajustes nos sistemas oficiais de notificação e os municípios estão com dificuldades para alimentar os dados”.
Inclusive, o reparo no sistema levou o estado a registrar redução nos casos confirmados divulgados no domingo (19), quando caíram de 40.782, no sábado, para 40.765, ou seja, diminuição de 17 casos.
A pasta diz que a “dificuldade em incluir as informações no sistema confere uma falsa impressão de que os números da Covid-19 estão estáveis. Entretanto, é cedo para falar em estabilização dos registros”.
Ocupação dos leitos de UTI
A ocupação dos leitos de UTI reforça que a disseminação do vírus não diminuiu. A rede pública estadual de saúde está, na tarde desta segunda-feira, com 83,4% dos leitos de UTIs ocupados e 65,3% das vagas em enfermarias preenchidas.
A situação dos leitos em Goiânia é mais crítica, com 92,5% das UTI ocupadas e 79,6% de ocupação nas vagas de enfermaria.
Cidades com mais de 1 mil registros de coronavírus:
- Goiânia – 9.787 casos e 311 mortes
- Rio Verde – 5.341 casos e 112 mortes
- Aparecida de Goiânia – 4.512 casos e 112 mortes
- Anápolis – 1.574 casos e 39 mortes
- Luziânia – 1.227 casos e 23 mortes
- Valparaíso de Goiás – 1.217 e 34 mortes
- Senador Canedo – 1.215 e 30 mortes
- Águas Lindas – 1.062 casos e 53 mortes
Evolução dos casos
- No dia 12 de março, o governo registrou os três primeiros casos de Covid-19 em Goiás;
- Em 6 de maio, Goiás ultrapassou 1 mil casos confirmados e atingiu 45 mortes;
- Em 15 de junho, o estado contabilizou 10 mil casos de coronavírus e 226 mortes;
- Já em 21 de junho, Goiás registrou mais de 300 mortes pelo coronavírus;
- Em apenas cinco dias, entre 21 e 26 de junho, Goiás teve mais de 100 óbitos passou a marca de 400 mortos;
- Entre 1º e 30 de junho, o estado registrou 84% dos casos de coronavírus desde o início da pandemia, em março;
- O maior número de pessoas mortas pelo novo vírus em 24 horas foi registrado em 7 de julho, com 61 notificações;
- Entre 6 e 13 de julho foram registrados 8 mil casos da doença e mais de 200 mortes.
- Goiás registrou três vezes mais mortes na primeira quinzena de julho em relação ao mesmo período de junho. Os números saltaram de 99, em junho, para 406, em julho.
- A marca de 1 mil mortes foi registrada em 16 de julho.
Reabertura do comércio
Em meio à previsão do próprio governo para o pico da doença acontecer neste mês, o governador do estado, Ronaldo Caiado (DEM), liberou quase todas as atividades econômicas não essenciais no último dia 13, via decreto assinado na sede do governo. O prefeito da capital, Iris Rezende (MDB), também seguiu as normas do estado publicando decreto semelhante.
Assim, o reflexo desta liberação será percebida ao final do mês, e caso os dados sejam considerados críticos, o governo ponderou que as medidas podem “ser revistas a qualquer momento, conforme análise da evolução da situação epidemiológica”.
Por Rafael Oliveira, G1 GO