Com ‘nova’ gasolina chegando vai ficar mais difícil adulteração nos postos

Um novo padrão de qualidade da gasolina brasileira que começa a ser comercializada em agosto deste ano, deverá dificultar a adulteração em postos de combustíveis. A determinação é de ANP (Agência Nacional do Petróleo). São três novas exigências.

Entre as três novas exigências do órgão regulamentado, a mais importante para o motorista é a que estabelece densidade mínima de 715 kg/m³. Que significa quanto deve pesar um litro de gasolina: 715 gramas. Ainda não havia um padrão estabelecido para a densidade, ou massa específica, fundamental para o bom funcionamento do motor.

A gasolina brasileira já tinha baixado o seu teor de enxofre e sua elevada octanagem devido à presença do etanol anidro (25% na premium, 27% na comum). Mas, a qualidade no posto mudava, por causa da adulteração por donos de postos.

Agora, o problema é que a maioria dos solventes utilizados para se adulterar a gasolina tem peso (densidade) inferior. Então, a exigência de densidade mínima vai dificultar a vida dos que “batizam” a gasolina com solventes, segundo informações do Portal UOL.

Conferência no posto

Mas, como será possível ao motorista conferir – no posto – se a nova exigência será cumprida? Simplesmente mergulhando na gasolina um densímetro calibrado entre 700 e 750 gramas por litro: se indicar valor abaixo de 715, é prova de combustível adulterado. Todos os postos deverão disponibilizar o medidor para testar a densidade da gasolina a pedido do consumidor.

Octanagem vai aumentar?

Outra novidade é a alteração na classificação da octanagem: até então era o IAD, valor médio entre os dois sistemas de verificação: MON (Motor Octane Number) e RON (Research Octane Number). IAD é usado em alguns países, EUA e Brasil entre eles. Na Europa, a octanagem é definida pelo RON.

Se ela é 80 MON e 90 RON, então é IAD 85, por exemplo.

A octanagem da nossa gasolina comum/aditivada é IAD 87. Da gasolina premium (BR Podium, por exemplo), IAD 95. A partir de 3 de agosto, ela não muda, mas terá a classificação RON 92 (=IAD 87) e a premium será RON 97.

Além disso, a ANP estabeleceu, para valer a partir de janeiro de 2022, octanagem um pouco maior, RON 93, para a comum/aditivada.

Outra exigência da ANP diz respeito à evaporação da gasolina. A adição de etanol tornou-a ainda mais volátil e, por isso, mais este cuidado para evitar problemas de dirigibilidade. Sua volatilidade pode até resultar em bloqueio nos dutos de combustível, provocado pela formação de bolhas.

 

 

*Thatiana Melo – Midiamax