Testei positivo, e agora? As perguntas mais comuns sobre teste para covid-19

“De repente”, o teste para coronavírus dá positivo. Diante de tantas mortes e tantas pessoas em estado grave, e dos reflexos ainda desconhecidos da doença, a primeira reação é de susto. Um leve apavoramento. Medo, mesmo.

Depois, conversa-se com quem entende, relata-se a falta de sintomas graves, a não ser sensações passíveis de se confundir com resfriado, crise de rinite. O coração acalma. Daí vem a fase de procurar ainda mais informações e as orientações sobre como proceder. Foram dois testes, o rápido, que procura anticorpos no sangue, e o molecular, que localiza “pedaços” do vírus no material colhido. Ambos deram positivo.

Ao mesmo tempo, surgem perguntas dos amigos ao saber da sua “positividade” e querer entender mais sobre como é, na prática, conviver com o novo coronavírus. As principais questões, para uma quase assintomática, são sobre o diagnóstico, o teste.

Graças a Deus, que me perdoem os defensores aguerridos do jornalismo laico, minha condição permite estar aqui, escrevendo a respeito.

Abaixo, algumas das indagações mais comuns recebidas e as respostas, sem muita complicação, obtidas com a ajuda da Secretaria Estadual de Saúde e de profissionais da área.

“Como faz o teste rápido? Custa caro?”

Resposta – O teste rápido é feito do mesmo modo que um teste de glicemia (para verificar o indíce de glicose no sangue). É feita uma picada no dedo e, geralmente, o resultado sai de 15 a 20 minutos depois. O teste pode ser feito nas particulares, mas é preciso fazer levantamento nas redes privadas e nas farmácias. O custo pode variar de R$ 280 a R$ 780.

Na rede pública,  é oferecido, em regra geral, para quem está sintomático.

“Esse teste é confiável ?

Resposta – A conversa da reportagem com médicos diferentes encontrou alertas sobre o intervalo de confiança. A informação mais comum foi de foi de que é possível tanto falso negativo quanto falso positivo. Também foi informado que o RT-PCR, o teste biomolecular, é o mais acertado para diagnosticar a covid-19.

“Além desse, que tipo de teste  existem?”

Resposta – Em Mato Grosso do Sul, segundo a explicação da Secretaria Estadual de Saúde, são dois tipos de testes realizados: o RT-PCR (abreviatura da sigla inglesa reverse-transcriptase polymerase chain reaction), que é considerado o padrão-ouro no diagnóstico da covid-19. Nesse modelo, a confirmação é obtida por meio da detecção do RNA do novo coronavírus na amostra coletada, obtida, preferencialmente, de secreções coletadas das vias respiratórias, por meio de swab [uma espécie de cotonete].

Há ainda os testes rápidos que identificam os anticorpos marcadores de infecção recente ou tardia e são indicados após oito dias da apresentação dos sintomas da covid-19 (tosse, dor de garganta, febre, coriza).

A reportagem identificou que os laboratórios oferecem, ainda, exame feito por meio de punção como se fosse para um hemograma, cujo objetivo também é apontar a resposta imunológica do corpo ao novo coronavírus.

Essa resposta vem, basicamente, em forma de sigla: se aparecer IGG reagente significa que o vírus já passou pelo organismo e deixou até anticorpos. Se vier escrito IGM, significa presença do vírus ainda ativo.

“E o teste com “cotonete”, compartilha a sensação. Dizem ser incômodo…”

Resposta – Para coletar o material das secreções, o “cotonete”, um pouco maior que o normal, precisa ser inserido nas naridas, até a faringe, ou seja, a garganta. É preciso baixar o rosto para a coisa funcionar melhor. A repórter sentiu incômodo, uma certa agonia, e um pouco de dor, talvez por estar com as narinas congestionadas. Não é agradável, mas é necessário.

Esse exame vai dizer se o vírus está presente no corpo, como explicado acima.

“Eu fiz o teste e deu não reagente! Quer dizer que ainda tenho que manter e muito os cuidados para não pegar pois posso ter problemas de saúde dependendo de como o vírus me afetar ?”

Resposta –  Sim! Vale destacar que os cuidados precisam ser observados por todos, sem distinção, explica a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul. Isso quer dizer: cuidado extremo com a higiene, evitar contado social sem necessidade, lavar as mãos sempre que possível ou usar álcool em geral e manter a proteção da máscara.

“E agora, se você testou positivo e já tem anticorpos, pode sair livremente, ou não ?”

Resposta – Considerando que ainda não temos estudos quanto a chance de reinfecção ou imunidade permanente após covid-19 confirmada, deve se manter as precauções, alerta a equipe da Secretaria de saúde. No caso de vírus ativo, mesmo sem sintomas, a recomendação recebida é permanecer em casa, em isolamento, no próprio quarto. A comida deve ser servida sem contato com a pessoa isolada, deixada à beira da porta. O ideal é que essa pessoa use um banheiro separado das outras e providencie a higiene do ambiente. Além disso, os utensílios usados devem ser exclusivos.

Confira abaixo como está funcionando a oferta de testes em Campo Grande:

Drive Thru do Corpo de Bombeiros: Instalado no Quartel do Corpo de Bombeiros Militar, localizado na Rua 14 de julho, esquina com 26 de agosto, no Centro.  O serviço realiza RT PCR e testes rápidos.  O telefone para contato é (67) 3311-6262.

Parque Ayrton Senna: O atendimento no polo é feito por demanda espontânea, sem necessidade de agendamento. Caso haja dúvida em relação à necessidade de procurar o local, pode-se entrar em contato com o serviço de Teleconsulta da Sesau, através do número: (67) 2020-2170.

Rede privada – Nos planos de saúde, o protocolo tem sido fazer o exame a partir da solicitação de um médico, que normalmente avalia a presença de sintomas. Nesta semana, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determinou a cobertura do teste de sorologia, que indica resposta imunológica ao vírus.

 

*Por Marta Ferreira –  CAMPO GRANDE NEWS