As autoridades de saúde já têm um consenso que o coronavírus demora até 14 dias para se manifestar no organismo após a infecção. Mas após o paciente se recuperar, em quanto tempo ele deixa de transmitir o vírus. Isso depende do quadro do paciente.
Segundo a infectologista Mariana Croda, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), são quatro tipos de pacientes: o que tem sintomas leves; o moderado, aquele que tem uma pneumonia mas consegue manter-se em casa; o grave que requer internação; e o crítico que precisa ir para Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Há uma diferença na transmissão entre esses pacientes. Os pacientes leves e moderados eles transmitem muito menos. Os pacientes que requerem internação, eles permanecem eliminando esse vírus por mais tempo. Para esses casos é possível avaliar a positividade do teste molecular por tempo prolongado, maior que nos casos leves”, explica a especialista, que é membro do Comitê de Operações de Emergência da pandemia no Estado.
A volta à rotina ocorre duas semanas após o contágio, mais um prazo “extra” de quarentena para o retorno ao convívio social. “Como a maioria dos pacientes não consegue estabelecer o dia do contato, a gente utiliza a data do início dos sintomas. Após 14 dias, se ele já está há pelo menos 3 dias, ou seja 72 horas assintomático, ele já está apto a voltar às atividades habituais inclusive o contato familiar”, diz Mariana.
A infectologista ressalta a terminologia correta para o paciente que não tem mais sintomas. Com o conhecimento obtido pela doença, é certo dizer que uma pessoa se recuperou da Covid-19. “O termo curado envolve várias questões que ainda não é possível comprovar com o coronavírus”, explica.
E os cuidados para essas pessoas que tiveram a doença devem ser mantidos, já que não existem evidências científicas suficientes para determinar se existe risco de reinfecção ou de imunidade. “Como nós ainda não conhecemos toda a dinâmica da questão da imunidade do vírus, ou seja, se eu ganho uma imunidade permanente quando tenho a doença, como se fosse uma vacina, ou seja, eu não pego de novo. Já existem relatos na literatura de prováveis reinfecções, então os cuidados permanecem para a pessoa que já teve o vírus. Ela não tem uma chance maior de pegar de novo, ela só tem que manter as precauções como higiene das mãos, uso de máscaras, o isolamento social, como alguém que não teve”, finaliza.
*Correio do Estado – Adriel Mattos