Foco de covid-19 em Paranaíba pode ter começado com caminhoneiro, neto da 2ª vítima

A recente escalada da covid-19 em Paranaíba, teve uma das origens a partir de caminhoneiro que, de passagem na cidade, visitou a família, entre eles, o irmão que trabalha no Recursos Humanos da prefeitura. A avó deles, de 86 anos, foi a segunda morte registrada no município.

O outro foco seria o de motorista da prefeitura que acabou tendo contato com mais outros servidores do Executivo e o novo coronavírus acabou se espalhando pelo Paço Municipal.

“A cidade assustou muito de ontem para hoje”, disse 0 prefeito Ronaldo José Severino Lima. Ele explicou que o mapeamento começou a ser feito pelo Paço Municipal depois da internação de três pessoas da mesma família: mãe, pai e avó do servidor do RH. Na investigação, descobriu-se que o irmão do funcionário passou pela cidade no dia 5 de junho e recentemente informou que estava internado em Castanheira (MT), infectado pela covid-19.

Na testagem rápida, a prefeitura identificou 62 novos casos da doença, somente entre os servidores que trabalham no Paço Municipal. No total, são cerca de 100 funcionários que trabalham no local e os demais não testaram positivo para a doença.

O prefeito explica que os exames devem ser realizados nos 1,4 mil funcionários de todas as repartições espalhadas na cidade da prefeitura. Já se sabe que pelo menos três secretários foram contaminados: da Administração, Esporte e da Indústria e Comércio.

No total, a cidade tem 74 casos confirmados a doença. O prefeito diz que a recente descoberta de 63 positivos para doença na prefeitura não inviabiliza o trabalho no Executivo.

Segundo o prefeito, um motorista que trabalha diretamente na prefeitura também atestou positivo para a doença e recentemente levou secretários para agendas no interior de São Paulo, o que pode ter sido a forma de infecção da doença nesses profissionais.

Hoje, depois de “assimilar o golpe”, o prefeito disse que irá reunir-se com membros do comitê de combate à covid-19 para definir quais medidas vão ser tomadas contra o avanço da doença. Ontem, a secretária de Saúde, Débora Queiroz, descartou a decretação de lockdown na cidade. Lima não descarta retroceder de algumas flexibilizações feitas.

Lima disse que, por enquanto, já está certo que a cidade irá implantar barreiras sanitárias. A demora na adoção dessa medida, segundo o prefeito, é por conta da dificuldade em se comprar o equipamento de aferição de temperatura. A cidade irá receber 20 aferidores.

No Diário Oficial da Assomasul (Associação dos Municípios de MS) consta ainda a prorrogação do decreto de abril, que havia vetado a realização de festas, aglomeração e horário especial de serviço nas repartições públicas.

A primeira morte aconteceu no dia 24 de abril, a de Madalena Aparecida Ferreira, de 75 anos. Ela tinha doença pulmonar obstrutiva crônica, segundo registros da SES (Secretaria de Estado de Saúde).

 

Por Silvia Frias –  CAMPO GRANDE NEWS