Avião que fez pouso forçado é apreendido e delegacia da Capital assume caso

A Deco (Delegacia Especializada de Repressão do Crime Organizado), sediada em Campo Grande, vai conduzir as investigações sobre o pouso forçado do avião monomotor Cessna Aircraft prefixo PT-KRE, ocorrido por volta de 11h desta quarta-feira (10) em Dourados, a 233 km de Campo Grande. A informação foi confirmada nesta noite pela titular da Deco, delegada Ana Claudia Oliveira Marques Medina.

Ao Campo Grande News, ela afirmou que a aeronave foi apreendida em ação conjunta da Deco com o SIG (Setor de Investigações Gerais), de Dourados. O chefe do SIG, delegado Rodolfo Daltro, foi ao local do pouso forçado e apreendeu alguns objetos pessoais e uma mala no avião. Daltro disse que aparentemente não havia nada ilícito, mas a aeronave vai passar por perícia.

A titular da Deco disse que na próxima semana vem a Dourados para “perícia específica e especializada”. Segundo ela, inicialmente a delegacia vai apurar o sinistro, que inclui a investigação sobre prática de crimes aeronáuticos, entre os quais manutenção clandestina.

O Cessna Aircraft estava sendo pilotado por Wadson Ranielly Fernandes, 38. Morador na Capital, o piloto é investigado há pelo menos quatro anos por envolvimento com o narcotráfico e já foi alvo de duas operações policiais: Ícaro, da Deco, e Teto Baixo, da Polícia Federal.

Wadson Fernandes foi indiciado, denunciado e se tornou réu no âmbito das duas operações policiais acusado de pertencer a uma quadrilha internacional de tráfico de drogas. A investigação apurou também uso de “laranjas” para ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro.

Sozinho – Logo após o acidente circulou boato de que outra pessoa estaria no avião no momento do pouso forçado, mas a informação não foi confirmada pela polícia. A reportagem apurou que apenas Wadson deu entrada no Hospital da Vida, em Dourados, com ferimentos leves.

Ele recebeu os primeiros socorros da equipe médica da indústria de óleo de soja da Coamo, onde o avião aterrissou. Também foi a ambulância da empresa que o levou ao hospital. Segundo a polícia, funcionários da indústria afirmam que apenas o piloto estava no avião.

No site da Anac (Agência Nacional de Avião Civil) consta que o Cessna está registrado em nome de Miranda Gomes de Sousa. Com capacidade de transportar 1.720 quilos, o Cessna foi fabricado em 1975 e não tem autorização para operar como táxi aéreo.

 

 

* Por Helio de Freitas Campo Grande News