Após a reprodução simulada do feminicídio de Marilei Ramos, 32 anos, e homicídio do namorado dela, Gilcione Rodrigues Martins, de 34 anos, na manhã desta terça-feira (2), familiares relataram como estão os filhos da vítima. A menina de 3 anos estava no mesmo quarto em que a mãe foi assassinada e os outros filhos de 8 e 11 anos dormiam no quarto ao lado.
“As crianças estão com muito medo”, contou Jorge Ramos, pai de Marilei. Ele relatou ao MS Todo Dia que a menina não quer falar sobre o assunto, fica no cantinho dela chorosa e se esconde pela casa. “As crianças ficam chorando, não veem mais a mãe por causa de um bandido que nem era nada deles”, lamentou.
Marilei, para o pai, era uma mulher querida por todos e muito ligada à família, sempre próxima dos parente. “Todo mundo gostava dela, ninguém tinha problema com ela. Ela era muito agarrada com a mãe”, falou Jorge. O pai ainda relembrou quando Marilei foi sequestrada pelo ex, Jair Soares de Oliveia, de 32 anos.
Para o pai da vítima, ele deveria ter sido mantido preso após o sequestro. Ele acredita que o ex-marido da filha iria matá-la se, naquela ocasião, ela não tivesse pulado do carro e conseguido fugir. Sobre o relacionamento, ele relatou mais agressões “Ele agredia ela, fechava dentro de casa, amarrava as mãos, deixava ela sem sair”, contou.
Segundo Jorge, a filha era mantida em cárcere porque o ex tinha medo que ela fosse até a casa dos pais e contasse o que passava em casa. “Agora está nas mãos da justiça”, disse. Jorge agradeceu o trabalho da polícia e do delegado Cleverson Alves dos Santos, titular da DP de Costa Rica e responsável pelas investigações.
O tio de Marilei, Edoildo Ramos contou que conheceu Jair quando ele morou junto com a sobrinha, por 3 a 6 meses. No dia do crime, ele lembra que a irmã de Gilcione foi até a casa da vítima, depois de estranhar que o irmão não foi tomar café na casa da mãe nem atendia ao celular. Pela janela do quarto, ela viu as vítimas caídas.
A testemunha chamou o tio de Marilei, que viu no quarto a menininha de apenas 3 anos abraçada na mãe, pedindo que ela acordasse, toda ensanguentada. “Tiramos ela dali, acordamos as crianças e tiramos elas da casa pelos fundos para que elas não vissem”, contou. Em seguida, a família chamou a polícia. “As crianças estão com a família, o Conselho Tutelar foi acionado e elas estão sendo acompanhadas por psicólogo. Estão há três noites sem dormir”, disse Edoildo.
Reprodução simulada
Jair e delegado Cleverson / Foto: Divulgação
Nesta manhã, para obter mais detalhes sobre a cinemática do crime, a Polícia Civil, Polícia Militar e Perícia foram até a casa de Marilei com Jair, onde reproduziram o duplo homicídio. O delegado Cleverson disse que, em sua versão, Jair teria alegado que ao invadir a casa da ex, teria sido surpreendido por Gilcione, que estava estava armado. “Ele disse que por este motivo, esfaqueou Gilcione e depois a ex.
Na casa, Jair chegou a dizer que não esfaqueou as vítimas enquanto elas dormiam e que teria entrado em luta corporal com Gilcione, já em um canto, fora da cama. Jair está preso preventivamente. Conforme noticiado, ele teria invadido a casa da ex-mulher na madrugada de quinta-feira e foi até o quarto onde ela dormia com o namorado e a filha de 3 anos. Ele esfaqueou Marilei e Gilcione até a morte, na frente da criança, e fugiu em seguida. As outras duas crianças que dormiam na casa não presenciaram o crime.
Jair ficou escondido em fazendas na região e segundo o delegado Cleverson, teria a intenção de fugir para o Pantanal. Ele furtou 20 litros de combustível de uma das fazendas e a informação foi repassada pela Polícia Civil para a Polícia Militar. Com isso, Jair foi encontrado na região de Pedro Gomes, onde foi preso.
Ele chegou a resistir, se negando a sair do carro onde estava, e alegou depois para o delegado que queria que os policiais atirassem nele. Ainda durante a prisão ele tentou desarmar um dos militares e disse que atentaria contra a própria vida, mas foi impedido e preso.
Fonte: MS Todo Dia