Um estudo do Departamento de Ciências Biomoleculares da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto em parceria com o departamento de biologia celular da Faculdade de Medicina da mesma universidade, entre outras iniciativas, obteve resultados promissores para o tratamento de Covid-19 com o medicamento tenofovir desoproxila fumarato (TDF), normalmente utilizado para quadros de Aids e hepatite B.
O estudo começou a ser desenhado após pesquisas internacionais apontarem resultados positivos do também antiviral Remdesivir. Após a divulgação dessas análises, especialistas brasileiros que trabalhavam há cinco anos no desenvolvimento do principio ativo, entre outros aspectos da produção do TDF, decidiram buscar parceiros para adaptar as pesquisas e, deste modo, procurar respostas acerca do uso do remédio no tratamento da Covid-19. “O TDF e o Remdesivir atuam com os mesmos mecanismos. São sim, medicamentos diferentes, mas pertencem à mesma família”, explicou um dos líderes do estudo, o doutor em química e professor da faculdade de ciências farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto Norberto Peporine Lopes.
A análise preliminar em laboratório apontou que o medicamento reduziu a carga viral de células infectadas em até quinze vezes. Os estudos inciais também apontaram que o TDF não apresentou toxicidade em relação às células. Os achados científicos foram publicados no Journal of the Brazilian Chemical Society na última semana.
Para que seja confirmada a efetividade do uso da droga, ainda é preciso iniciar ensaios clínicos, com pacientes infectados com a Covid-19.