“Live Jurídica” em Chapadão do Sul destacou pandemias que dizimaram a humanidade no passado. Covid-19 foi a primeira desta geração
A “Live Jurídica” conduzida pelos conceituados juristas Jefferson E. P. dos Santos e o titular da 1ª Promotoria de Justiça Dr. Matheus Cartapatti sobre as novas regras das eleições municipais destacou algumas peculiaridades importantes dos dois debatedores como o acréscimo de informações ao tema proposto. Ambos são conhecidos pela excelência na oratória e sempre acabam surpreendendo em algum momento. O tema “Eleições Municipais em Tempos de Covid-19” relembrou pandemias que causaram milhões de mortos em épocas distintas da humanidade.
GRIPE ESPANHOLA – Jefferson E. P. dos Santos destacou que o Covid-19 é a primeira pandemia desta geração, mas também lembrou a chamada Gripe Espanhola – que nada tem de espanhola – matou de 50 a 100 milhões de pessoas em 1918 e 1919. Esse número representa mais mortes do que o montante provocado pelas duas grandes guerras juntas. Mais do que a aids causou em 40 anos. Foi e ainda é a maior pandemia de que se tem notícia. O Brasil não passou ileso. Por aqui foram cerca de 35 mil óbitos, entre eles o do presidente da época, Rodrigues Alves (1848-1919).
IMPRESA CENSURADA NÃO INFORMAVA – E de onde veio o “espanhola” se a tal gripe provavelmente se originou em solo americano? A Espanha era um dos poucos países neutros durante a Primeira Guerra – um dos poucos a ter imprensa livre para noticiar a praga. Nos próprios EUA, o então presidente Woodrow Wilson (1856-1924) emitiu ordens para censurar qualquer notícia que pudesse abalar a população e os soldados. A situação foi a mesma em outras nações em guerra. Ocorre que o esforço para manter a epidemia em segredo contribuiu para sua rápida disseminação. Ora, como propagar e tomar medidas preventivas se ninguém sabe o que está acontecendo?
PESTE BUBÔNICA DESTRUIU A SOCIEDADE – já o promotor Matheus Cartapatti ressaltou que a saga de Oswaldo Cruz o combate à peste bubônica no início de 1900. Era transmitida pela picada de pulgas infectadas por ratos contaminados pela bactéria Yersinia pestis, o bacilo descoberto por Alexandre Yersin e Shibasaburo Sato em 1894. A essa altura, a soroterapia e a vacinação contra a enfermidade já estavam também estabelecidas.
CAÇADORES DE RATOS ERAM OS CARAS – Além de promover a vacinação dos moradores das áreas mais infectadas, Oswaldo Cruz utilizou-se da notificação compulsória para garantir o isolamento dos doentes e o seu tratamento com o soro fabricado no Instituto Soroterápico Federal. Ao mesmo tempo, promoveu ampla campanha de desratização em toda a cidade.
DUZENTOS REIS POR RATAZADA – Os funcionários destacados para a missão eram obrigados a apresentar pelo menos 150 ratos por mês, sob pena de serem demitidos. Os que conseguiam ultrapassar a cota recebiam uma recompensa de trezentos réis por animal abatido. A Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) também instituiu a compra de ratos: para cada animal morto apresentado, pagava-se a quantia de duzentos réis.
CRIADORES DE ROEDORES – Como qualquer pessoa estava autorizada a vender ratos para o governo, logo surgiria uma nova profissão na cidade: a dos ratoeiros – indivíduos que corriam as ruas comprando ratos a baixo preço, para depois revendê-los à DGSP. Houve até quem se dedicasse a criar roedores em casa com essa finalidade. E não faltou quem fosse buscá-los em outras cidades. Em pouco tempo, o ofício de ratoeiro se transformou em num grande negócio.
BRASIL É PRIMEIRO MUNDO EM ELEIÇÕES – Sempre há quem conteste as urnas eletrônicas até hoje, mas o Brasil é visto como “primeiro mundo” quando o assunto é eleição e seu sistema eletrônico de apuração. Em abril deste ano – em plena pandemia – a Coreia do Sul tocou uma eleição com voto impresso. Como o Brasil é – teoricamente – avançado nesta área poderia manter as eleições municipais de 2020 com as modernas urnas e as convenções partidárias por vídeo conferência.
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