Sem conseguir atendimento em meio ao caos da rede de saúde no Pará, dois sul-mato-grossenses tiveram que percorrer mais de dois mil quilômetros até Paranaíba, onde estão internados em um hospital local.
O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, disse ao Correio do Estado que eles estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Nessa hora, cada um quer escapar da morte. Imagina se não tivéssemos providenciado leitos para aquela região?”, afirmou o gestor.
Durante transmissão ao vivo pela internet, ele chegou a dizer que os pacientes haviam sido encaminhados pela rede de atendimento sem aviso prévio. Contudo, a equipe de reportagem apurou que, na verdade, os doentes são de Paranaíba e pagaram táxi aéreo para retornar à cidade em busca de tratamento.
Quando desembarcaram, sequer tinham teste para confirmar se estão ou não contaminados pelo nono coronavírus. A coleta foi realizada em solo sul-mato-grossense e encaminhada ao Laboratório Central para análise. Ainda não saiu o resultado.
O Estado atende outras pessoas de estados vizinhos e até estrangeiros. Há um morador de Itajá (GO) que também está em Paranaíba e paraguaios de Pindoty Porã em Sete Quedas. Há ainda um médico paraguaio internado em Dourados.
Além do paciente goiano, há outra pessoa de estado vizinho internada na rede de assistência local, mas não há informações sobre qual unidade da federação seria essa.
Todas as vezes que alguém de outro lugar dá entrada em hospitais ou postos de saúde de Mato Grosso do Sul, não há incremento nas estatísticas locais, já que a vigilância adota como critério local de domicílio e não de infecção.
É por isso que há dois habitantes daqui em São Paulo que engrossam os dados do boletim epidemiológico registrado nessa terça-feira (12).
Igualmente, o douradense que faleceu no Tocantins vítima da Covid-19 está na lista de óbitos estadual, bem como um idoso de 62 anos natural de Vicentina que morreu em São Paulo no começo do mês.
O exame que confirmava o novo coronavírus como causado óbito, o caso entrou hoje no boletim epidemiológico.
*Correio do Estado – Ricardo Campos Jr