Figueirão: Votação de projeto contra nepotismo termina com vereadora escoltada pela PM

A sessão de vereadores desta segunda-feira (4) foi de ânimos exaltados em Figueirão, cidade a 258 quilômetros de Campo Grande. Tudo por causa de emenda substitutiva a projeto de lei que pretende dar um fim definitivo ao nepotismo na região.

As informações são do site MS Todo Dia. Segundo o jornal local, a vereadora Flávia Bravo (PSDB) precisou sair da sessão escoltada pela Polícia Militar porque servidores contra a proposta começaram a hostilizá-la.

Pelo projeto, do qual Flávia é coautora, autoridades dos poderes Legislativo e Executivo ficam proibidas de contratar parentes de até terceiro grau, incluindo parentes por adoção e por afinidade como, genros, noras e sogros.

“A motivação de mudança [por meio do projeto] se deu após a divulgação de um áudio no qual o presidente da Câmara oferece licitação e emprego na máquina pública em troca de apoio político. Isso é corrupção e campanha antecipada”, destacou a vereadora ao MS Todo Dia.

Da base do prefeito, Flávia alega que é vítima de perseguição por contrariar os interesses do próprio grupo. “Respeito a todos e suas opiniões, mas a minha decisão não foi respeitada. Eu não vou ceder a pressões e chantagens. Votei com minha consciência de vereadora e também de sociedade em geral. E isso só serviu para eu ter certeza de que estou fazendo o que é certo para Figueirão”.

Votação

Os vereadores Carlitão, Roni, Luciene, Flávia e Paulyane votaram a favor do projeto. Edgar, Tiago e Marcelo se posicionaram contra. O presidente da Câmara, Antônio Nabhan, votaria apenas em caso de empate.

Paullyane Barbosa Amorim de Lima (PTB) diz que o projeto pode corrigir distorções da gestão municipal, que ocorrem desde 2017, ano em que foi derrubado uma proposta contra o nepotismo. Para ela, a máquina pública tem sido usada em benefício de grupo privilegiado.

“A maioria dos servidores foi contratada pelo prefeito e tem relação de parentesco com vereadores da base. Além disso, têm sido contratadas empresas de parentes de vereadores para fornecer ovos de páscoa, serviços de buffet, entre outros serviços ao município. A Prefeitura para ter sido sitiada para atender um grupo de pessoas que estão ligadas a essas autoridades. Isso não é invenção, o teor do projeto está previsto na constituição, que proíbe nepotismo”, diz.

Fonte: MS Todo Dia