A SES (Secretaria de Estado de Saúde) anunciou nesta segunda-feira (4) que interditou uma unidade de laboratório privado de Mato Grosso do Sul, devido a constatação de irregularidades na realização de testes de diagnóstico de Covid-19, causada pelo novo coronavírus.
Segundo o titular da SES, Geraldo Resende, uma das unidades foi interditada e terá 7 dias para recorrer da ação, enquanto uma segunda unidade teve suspensão da feitura de exames de Covid-19 – tanto o RT-PCR (biologia molecular), como o teste rápido.
“As unidades forneceram exames que não estavam dentro do padrão exigido pela SES e muitos dos exames deram falso-positivos, enquanto a literatura aponta que os testes rápido tem um grande percentual de falso-negativos. Estou pedindo para o nosso jurídico tomar todas as consequências. É uma determinação do governador tomar atitudes para que não cause pânico”, declarou Resende, durante transmissão ao vivo na internet.
No sábado, a SES já havia adiantado que a pasta irá exigir, tanto de laboratórios públicos como particulares, a certificação dos testes de Covid-19, devido incidência de resultados com falso-positivo. Uma resolução, a ser publicada, determinará que todas as instituições públicas e privadas serão obrigadas a fornecer lista de testes, tanto de positivos como negativos, além do quantitativo de testes realizados, o certificado dos testes no INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) e se foram aprovados na Anvisa.
Em Campo Grande, os testes particulares de Covid-19 podem superar os R$ 300. Resende não revelou quais unidades foram autuadas pela Vigilância estadual. A reportagem questionou a SES o nome dos laboratórios autuados, como a pasta identificou os falso-positivos e se tais exames chegaram a integrar o boletim epidemiológico. A SES pontuou que não revelará os nomes e destacou que os resultados falsos não integraram as estatísticas.
O mesmo questionamento já havia sido feito no sábado. No domingo (3), a SES enviou nota destacando a cidadão a se certificarem se o teste rápido possui aprovação na Anvisa e no INCQS. Confira a nota na íntegra:
“Cabe à Secretaria de Estado de Saúde computabilizar os dados informados pelos municípios e ratificá-los ao Ministério da Saúde. Os dados de testes rápidos contabilizados são dos testes enviados pelo Ministério da Saúde, aprovados pela Anvisa e certificados por qualidade, pelo INCQS (Instituto Nacional Controle Qualidade em Saúde).
Sendo assim, a resolução da SES a ser publicada determinará que os estabelecimentos públicos e privados informem os testes realizados, seus números de lotes e o resultado individualizados dos mesmos, a partir da confirmação do teste rápido (validado pela Anvisa e certificado pelo INCQS), e só assim os resultados sairão no boletim epidemiológico.
Sobre a fala do Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, na transmissão ao vivo, do dia 02 de maio, o mesmo alertou a população em relação à falta de qualificação de INCQS para testes rápidos, fato que já está em ampla repercussão nacional.
Seu objetivo foi alertar a população que tem autonomia para buscar o feitio de teste rápido, em qualquer estabelecimento privado, orientando que o cidadão se certifique que o teste rápido possua essas duas aprovações: Anvisa e INCQS”.
Midiamax – Guilherme Cavalcante Foto: Edemir Rodrigues