Moro desmente Bolsonaro ao vivo sobre exoneração ‘a pedido’ na Polícia Federal

O ex-juiz federal e pai da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, anunciou nesta sexta-feira (24) que deixa o Ministério da Justiça porque Jair Messias Bolsonaro exonerou o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e mentiu que a demissão foi ‘a pedido’.

“Eu fiquei sabendo pelo Diário Oficial. Não assinei essa demissão e não posso concordar com essa mentira”, anunciou, ao pedir demissão do Ministério.

Por cerca de 40 minutos, Moro ainda destacou que jamais teve qualquer tipo de interferência na Operação Lava Jato, nem mesmo na época do governo de Dilma Rousseff (PT).

“Foi garantida a autonomia da Polícia Federal durante as investigações. O governo da época [Dilma Rousseff, PT] tinha inúmeros defeitos, crimes de corrupção, mas foi fundamental a manutenção da autonomia da PF para que fosse realizado o trabalho.”

“No fim de 2018, recebi convite de Bolsonaro, recém-eleito. Fui convidado a ser ministro da Justiça e Segurança Pública. Foi conversado que teríamos o compromisso com o combate à corrupção, crime organizado e criminalidade violenta. Foi-me prometido carta branca para nomear todos os assessores como a PRF e a PF.”, destacou.