Odebrecht não paga e credores da região e do Brasil se mobilizam para receber créditos atrasados. Funciona a todo vapor para atender demanda por álcool
Credores da Unidade Costa Rica da usina Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial) que não conseguem receber os arrendamentos contratados devem ficar atentos à Assembleia Geral de Credores (AGC) que deverá ocorrer dia 17 próximo em SP – Processo número 1050977-09.2019.8.26.0100. Quem tiver interesse e ainda não esteve habilitado, deve-se habilitar e manifestar até esta data, pois os credores que votarão o plano para aprovar ou recusar levaram em conta a conduta da empresa Recuperanda que mesmo com pleno funcionamento não honra nem mesmo os compromissos básicos. Empresários do agronegócio de todo o Brasil estão se mobilizando para novamente tentar recebimentos que vem sendo negados para empresa, apesar de estar produzindo com toda a capacidade industrial no momento que a humanidade mais procura álcool e seus derivados. Apesar disso proprietários que confiaram na Atvos e arrendaram terras para produção de cana não conseguem receber em dia.
CREDORES NÃO CONSEGUEM RECEBER – A empresa Atvos está em recuperação judicial e na manhã de hoje o empresário do agronegócio Nilo Lucafo – credor da usina – confirmou que está vindo para Costa Rica para tratar de nova destinação dos negócios da família e já peticionou no processo se opondo ao plano apresentado bem como já pediu que seja decretada a Falência do grupo já no dia 17/04. Assim como ele vários credores – acompanham todos os desdobramentos na tentativa de receber os valores contratados da empresa. O pedido de moratória foi requerido pela Atvos no ano passado e em 29 de maio de 2019 foi deferido seu processamento em caráter liminar, dependendo agora da decisão a ser tomada na AGC (Assembleia Geral de Credores) no dia 17/04/2020, às 14 horas em ambiente virtual.
CREDIBILIDADE AFETADA – A empresa rural do empresário tinha parceria com a agrícola da Brenco, desde março de 2009. No decorrer dos anos a Brenco foi comprada pela ETH que já pertencia a Odebrecht. Logo a seguir mudou o nome definitivo para Odebebrechet Agroindustrial. Logo após os feitos devastadores da “Operação Lava Jato” e a descoberta de vários crimes ligados a financiamentos fictícios e outros a usina mudou novamente de nome. No ano passado a Planner, que é um fundo de investirmos e credora de mais de um R$ 1 bilhão junto a Atvos ingressou com ação judicial e estava penhorado os recursos financeiros da empresa, razão pela qual a Atvos não teve outra alternativa senão pedir a Recuperação Judicial sob pena de já ter falido ano passado mesmo.
ARRENDATÁRIOS NO PREJUIZO – Mesmo com a moratória deferida até a realização da AGC a usina, amparada na decisão, deixou de ser, por ora, obrigada a quitar o passivo de 12 bilhões do agronegócio que em somados as demais operações do grupo, chega a R$ 98 bilhões. Isso afetou toda uma cadeia de recebimentos de pequenos e grandes arrendatários de Costa Rica, Cassilândia, Chapadão do Sul, Paraíso das Águas e de outros estados.
No caso da Fazenda Buritizal, do empresário Nilo Lucafo, não pagaram nem o contrato que já está na Rj (Recuperação Judicial). O contrato anterior – onde apenas um crédito está na RJ – foi encerrado e elaborado um novo! Este teria vencimento todo dia 10/04 de cada ano. Além de não pagar, o Setor Financeiro da Atvos pediu prorrogação para 20/05, o que é outra protelação absurda, destacou Nilo Lucafo. Todos os credores dependem do resultado da próxima assembleia – caso seja realizada – para tentar receber ou renegociar os créditos devidos no novo plano de recuperação que será apresentado.
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