Em reunião realizada na manhã deste sábado (28) com o prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), representantes do comércio, discutiram a reabertura das lojas e a retomada do serviço. Com a resistência da gestão municipal em liberar as atividades frente à pandemia de Covid-19, o novo coronavírus, comerciantes pedem que população consuma, mesmo que por delivery.
De acordo com o primeiro-secretário da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Roberto Oshiro, disse que a redução do volume de vendas foi muito significativa. “A redução no volume de vendas chega a 80% em todos os setores. Fora que se você vende 20% do que comercializava antes e a demanda caiu tanto que fica difícil manter os empregos. O que a gente tem pedido aos empresários e aos nossos dirigentes é serenidade nesse momento. Não adianta a gente ficar entrando em conflito, com tranquilidade a gente vai tomar as melhores decisões possíveis”, disse.
Oshiro reforça que a população precisa voltar a consumir, mesmo que por meio de entregas, ou contratar uma diarista ou manicure, tomando as precauções recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “A preocupação é com o trabalhador informal que precisa do seu ganha pão para comprar comida no dia seguinte. Vamos retomar com a nossa manicure, diarista, seguindo protocolos de segurança, o que a gente precisa é mudar os nossos hábitos. E voltar a consumir, a contratar esses profissionais que estão passando necessidade. O que a gente precisa que ainda que por delivery as pessoas voltem a consumir. A gente precisa sair dessa sensação de pânico e voltar a consumir”, reforçou.
RETOMADA
O decreto municipal suspendeu o atendimento presencial para o comércio, a idéia conforme o representante da associação, é que a retomada seja gradativa. Ele lembrou que as lojas de materiais para construção e a própria construção civil retomam algumas atividades a partir de segunda-feira (30).
“Temos olhado a evolução da curva de contágio e está bem abaixo da expectativa, só que ao mesmo tempo a gente precisa olhar para este outro lado a necessidade de trabalho e renda para a nossa população. O que a gente está tentado fazer em parceria com o poder público é chegar nesse meio termo que a gente possa fazer as duas coisas sem colocar em risco a saúde da população. A nossa proposta é que durante essa semana a gente possa verificar aos poucos o que a gente pode ir retomando para que quando chegar ao final do decreto da quarentena comecemos essa retomada econômica”, explicou Roberto Oshiro.
SHOPPINGS
Ao contrário do que dizem os comerciantes da região central, os shoppings centers da cidade continuam fechados. De acordo com a representante do setor em Campo Grande, Adriana Flores, existe impacto e incerteza, mas os locais permanecem fechados durante a quarentena.
“Existe a incerteza se o lojista vai conseguir pagar seus funcionários se demissões serão necessárias e quando iremos retornar a vida normal e se retornarmos se o consumidor vai comparecer e ter a segurança para voltar a sua vida normal. O fato chave é que nesse momento é importante é salvar vidas a questão econômica não é dissociada disso de certa forma, porque a reabertura de um shopping, local de grande concentração de pessoas, traz riscos neste momento”, comentou Adriana.
A representante diz que vão cumprir rigorosamente as determinações da prefeitura e que seguem as orientações da OMS. “A gente tem que dar à sociedade o correto, que é proteger as pessoas e pensar em nos organizarmos para um futuro próximo”.
Sobre as ações para ajudar os lojistas, ela reforça a suspensão temporária dos aluguéis. “De imediato estão suspendendo a cobrança de alugueis para baixar despesas. Esperamos que ao fim desse processo nós tenhamos todos os lojistas de pé, funcionando e recuperados”, concluiu Adriana Flores.
Correio do Estado – Natalia Yahn, Súzan Benites – Foto Ilustrativa