Para conter a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os governantes têm determinado interrupção dos contatos sociais e paralisado todas as atividades – no Brasil e no mundo. Mas assim como hospitais, supermercados e farmácias, o setor produtivo também não vai parar suas atividades.
Toda a cadeia produtiva de alimentos já se manifestou, assegurando que, para não haver desabastecimento, continuará em produção. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), os produtores rurais brasileiros continuarão produzindo normalmente, assim como o setor produtivo de Mato Grosso do Sul.
De acordo com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina Dias, que publicou em suas redes sociais, o Mapa está atento à segurança dos trabalhadores. “O agro está produzindo para garantir cada dia mais uma alimentação mais saudável para todos nós. Agradeço a todos os trabalhadores da nossa cadeia produtiva. O ministério está acompanhando os elos das cadeias produtivas, para que não seja interrompido o fluxo de produção dessas mercadorias”, disse.
Por meio de nota, a CNA informou que espera que o governo assegure que a cadeia de abastecimento seja protegida e seu funcionamento garantido, com regras adequadas e com o suporte econômico que for necessário.
O que ainda preocupa o setor produtivo de MS são as adversidades climáticas que podem atingir a segunda safra 2019/2020. A escassez de chuvas no período do plantio da soja safra 2019/2020 gerou um atraso que postergou o início da semeadura do milho e pode levar a safrinha a enfrentar problemas.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), André Dobashi, destaca que, com média de 14 a 21 dias de atraso no plantio da soja, o milho safrinha pode enfrentar geadas. “Segundo a Embrapa, há expectativas de geada em junho de 2020, com probabilidade de 74% dessa geada ser forte, o que prejudicaria a produtividade de milho na segunda safra em Mato Grosso do Sul”, explicou.
Para o ciclo 2019/2020, de acordo com o Boletim Casa Rural, elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), é estimada redução na área plantada em aproximadamente 9,02%, passando de 2,173 milhões (na safra anterior) para 1,977 milhão de hectares.
“A demora no plantio em todas as regiões do estado leva a uma estimativa de manutenção ou mesmo pequena redução com relação à área do ano passado”, disse Dobashi.
Com base nas informações levantadas pelo Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga) , até o dia 13 de março já havia 71,2% da área de milho semeada. A área plantada até o momento, conforme estimativas do Projeto Siga, é de aproximadamente de 1,408 milhão de hectares.
SOJA
Mesmo com os problemas enfrentados no início do plantio, a safra de soja 2019/2020 deve ser recorde em MS. Com produção estimada em 10,573 milhões de toneladas e produtividade média de 55,7 sacas por hectare.
Segundo dados do Aprosoja, inicialmente a previsão era de colher 9,9 milhões de toneladas de soja, com produtividade de 52,1 sc/ha.
Na comparação com a safra 2018/2019, a produção de soja em MS deve alcançar 20,15% de aumento na safra 2019/2020, com 6,18% de expansão na área plantada. Nesse período, o Estado produziu 8,605 milhões de toneladas.
*Correio do Estado – Suzan Benite