O adolescente de 13 anos acabou revelando com detalhes à Polícia Civil e o Conselho Tutelar neste domingo (22) a sua participação junto com a mãe na morte e ocultação do cadáver da irmã Gabrielly Magalhães de Souza, de 10 anos.
O crime abalou toda a cidade de Brasilândia.
Ele ainda contou onde foi deixado o fio elétrico usado para asfixiar a irmã.
Segundo sua versão, a mãe derrubou Gabrielly no chão, envolveu o fio sobre pescoço e começou o enforcamento.
Ainda conforme o garoto, a irmã neste momento implorava por socorro. Em ato contínuo, a colocaram ainda viva em um buraco no chão, e a enterraram, deixando apenas os pés para fora.
Ao ser indagado como sabia que a garota ainda estava viva ele respondeu que a irmã pedia por socorro dentro do buraco.
Segundo os delegados de Polícia Civil, Thiago Passos, titular e Robson Ferraz, plantonista e responsável pela autuação em flagrante dos envolvidos, no exame necroscópico foi observado pelo médico legista que a garotinha apresentava várias lesões pelo corpo.
Conforme os delegados, as lesões indicavam possível ocorrência de tortura antes da morte.
Ainda segundo o laudo apresentado pelo médico, a causa da morte foi asfixia mecânica por compressão do tórax, compatível com o relato do adolescente, apontando que a vítima foi enterrada viva, informaram as autoridades.
Ainda durante o interrogatório, o adolescente revelou que a mãe ficou enfurecida e ameaçou a irmã de morte após ela contar outra vez que estava sendo abusada pelo padrasto.
Neste momento segundo ele, a mãe os chamou para sair de carro e parou em uma estrada pouco distante da área urbana, onde ocorreu o bárbaro crime.
O CRIME
Tudo começou na noite de sábado (21) quando por volta das 21h20, Emileide Magalhães, de 29 anos, procurou a Delegacia de Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da filha.
Segundo a mãe, Gabrielly havia sido deixada na praça do ginásio de esportes, acompanhada do irmão, e teria desaparecida.
Porém na mesma noite, Emileide entrou em contato com a Polícia Militar através do telefone 190 para confessar que havia matado a própria filha e queria se entregar.
Neste momento, equipes policiais se deslocaram ao encontro da mulher e depois ao local onde a mãe relatou ter enterrado o corpo da filha.
No local, o corpo de Gabrielly foi localizado enterrado de cabeça para baixo, próximo do lixão da cidade.
A mãe confessou o crime, alegando que agiu sozinha, após a garota acusar o padrasto de abuso sexual.
NA DELEGACIA
Na delegacia, os policiais notaram que o filho adolescente que acompanhava a mãe possuía arranhões nas pernas.
Logo, as autoridades desconfiaram que ele também estivesse estar envolvido no crime, foi quando ao ser indagado, resolveu revelar todos os detalhes da barbárie.
Na unidade policial, Emileide, a mãe da criança, manifestou o direito de falar apenas em juízo, porém informalmente, aos delegados, relatou ter cometido o crime em um momento de fúria.
Ela ainda negou que a motivação fosse à revelação do abuso sexual praticado pelo padrasto.
TESTEMUNHA
Uma testemunha identificada pela Polícia Civil relatou que Gabrielly havia dito no final do ano passado que teria sido abusada sexualmente pelo padrasto.
Ainda segundo a testemunha, a garota havia mencionado a ela que não poderia revelar o fato aos professores ou para a polícia por que tinha medo de ser agredida pela mãe.
PRESO
Diante das denúncias, o padrasto identificado por André Luiz Ferreira, conhecido por Piauí, de 47 anos teve a prisão preventiva decretada.
A Polícia Civil investiga se o acusado teve participação no homicídio e na ocultação do cadáver de Gabrielly.
Já a mãe, que também possui passagens por tráfico de drogas e furto, foi autuada em flagrante e encaminhada a Penitenciária Feminina de Três Lagoas.
Após revelar o crime, o adolescente de 13 anos de idade, irmão da vítima foi apreendido e será encaminhado para uma unidade da Unei (Unidade Educacional de Internação).