No momento de preocupação com a pandemia do coronavírus, surgem muitas especulações sobre os riscos de contágio e transmissão da doença por meio dos animais. Contudo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alerta que os bichinhos não transmitem o vírus, por isso, não é preciso entrar em pânico e nem abandoná-los.
“Os animais domésticos [pets e animais de criação] não são capazes de se infectar com o novo coronavírus. Os pesquisadores da China e de outros países têm buscado a origem deste vírus e, o que se sabe até o momento, é que o animal ancestral portador do vírus provavelmente era um morcego, que transmitiu a um animal silvestre intermediário”, diz a professora e doutora do curso de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Juliana Arena Galhardo, que também é membro do COE (Comitê Operativo de Emergência) da Universidade.
“Ainda não está esclarecido qual era este animal. A partir do momento em que ocorreu a transmissão desses animais ainda desconhecidos para os humanos, e houve adaptação do vírus aos humanos, a transmissão pessoa a pessoa foi a que obteve maior importância, como vemos atualmente”, completa. “Então os animais domésticos não são capazes nem de se infectar e nem de transmitir o novo coronavírus”, destaca ela.
A preocupação dos profissionais no Estado também é em relação ao possível abandono de animais por falta de informação.
“A gente não tem nenhum indicativo de contaminação animal. Os cuidados que estamos reforçando são os mesmos aos tutores de animais: de evitar aglomeração. Quanto aos animais, é necessário que se cuide da higiene, mas somente por uma questão de contato. Eles não transmitem o vírus. Não existe nenhum indicativo disso”, reforça o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul, Rodrigo Piva.
A médica veterinária homeopata e diretora da Sigo Homeopatia Veterinária, Mônica de Souza esclarece que não há motivo para abandonar ou eutanasiar os animais, pois, a propagação atual do vírus é o resultado exclusivo da transmissão entre seres humanos.
“De acordo com a OMS até o momento, não há nenhuma evidência de que os animais possam espalhar a doença. Portanto, não há justificativa para ações cruéis e medidas drásticas como abandonar os animais nas ruas ou sacrificá-los”, diz ela.
É preciso cuidar dos amigos de quatro patas para que eles não sofram. (Foto: Arquivo pessoal)
É preciso cuidar dos amigos de quatro patas para que eles não sofram. (Foto: Arquivo pessoal)
No entanto, é preciso ter atenção às medidas de prevenção, que devem ser mantidas e reforçadas quando em contato com os pets. “Quando nos vemos diante desta situação de pandemia e para limitar os riscos não só desta, mas de outras doenças, regras gerais de higiene devem ser aplicadas. É importante lavar as mãos com água e sabão constantemente, inclusive depois de tocar, acariciar ou brincar com seu animal de estimação. Evite tocar nos olhos, nariz e boca e é recomendável evitar beijar seus animais”, orienta Mônica.
O momento exige atenção redobrada à saúde das pessoas. Quem puder evitar aglomerações e sair de casa sem necessidade, está colaborando para evitar maior disseminação da doença.
Por conta da contaminação, o Senhor Pet preparou uma lista de atenção e cuidados aos animais. O álcool gel ainda é um dos melhores aliados no combate ao vírus.
Por precaução, o serviço de transporte também deve contar com álcool em gel. Em casos necessários, o motorista deverá usar luvas e máscara. Os profissionais de banho e tosam têm que trabalhar com materiais estéreis e descartáveis, além de usar proteção individual.
: CAMPO GRANDE NEWS