Briga entre fazendeiros leva polícia a vistoriar propriedade e achar armas e ‘buraco’ para impedir entrada no local
Denúncia de inúmeras desavenças entre fazendeiros vizinhos de Água Clara, a 179 km de Campo Grande, levou a Polícia Civil a fazer buscas em uma propriedade na região, nessa quinta-feira (31). Além de dois presos, também foram apreendidas armas de munições. O proprietário, que não estava no local e reside no estado de São Paulo, também será investigado por possível posse de arma de fogo de uso permitido.
Logo ao chegar, os policiais constataram que havia sido feito um buraco na fazenda, na porteira que liga a fazenda vizinha. A investigação apontou que o o proprietário teria mandado cavá-lo para impedir que o dono da fazenda vizinha, que arrematou a área recentemente, procedesse com a nova demarcação.
As equipes ainda ficaram sabendo que, na primeira tentativa de fazer a demarcação, o atual dono teve madeiras furtadas. Eles então fizeram buscas e conversaram com o caseiro do imóvel, que confessou ter arma de fogo escondida no armário e entregou aos policiais.
O homem foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. A segunda pessoa a ser abordada foi um mecânico, que é de Dracena, no interior de São Paulo. O homem estava com mandado de prisão em aberto, por tentativa de homicídio. Segundo consta dos autos, o mesmo teria agredido um rival com uma barra de ferro, causando traumatismo craniano
Mais adiante, os policiais perceberam que uma porta estava trancada, momento em que os funcionários disseram ser um local de “uso exclusivo do patrão”. Diante às suspeitas, o local foi arrombada e os policiais acharam outra arma, um revólver calibre 38, com 36 munições embaladas em jornal de língua espanhola, possivelmente procedente do Paraguai.
“A vítima trouxe a documentação do local arrematado, mas, a outra parte não aceita. Eles já tiveram outros desentendimentos e inclusive existem boletins de ocorrência anteriores. O proprietário investigado pode responder por posse de arma de fogo, favorecimento pessoal, dano e desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito”, afirmou ao G1 o delegado Felipe Madeira, responsável pelas investigações.
Por Graziela Rezende, G1 MS