Gêmeas siamesas não resistem e morrem na Capital

Gêmeas Maria Júlia e Luna Vitória, que nasceram unidas pelo tórax e abdômen na Santa Casa de Campo Grande, não resistiram e morreram na noite do último domingo (19). As duas estavam em estado grave e internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal respirando com ajuda de aparelhos.

Nas redes sociais, amigos e familiares da mãe das gêmeas estão enviando várias mensagens de consolo. As irmãs nasceram no dia 3 de janeiro, no hospital da Santa Casa de Campo Grande. Cirurgia de separação não tinha sido cogitada.

No último sábado (18) as irmãs estavam sendo alimentadas diretamente na veia desde o nascimento devido à falta de condições para o progresso da dieta. Contudo, na semana passada uma delas foi escolhida para receber a dieta diretamente no sistema digestivo, mas não houve sucesso.

Na noite deste domingo, às 20h35, as gêmeas tiveram parada cardiorrespiratória. A equipe fez manobras de reanimação, mas sem sucesso também. A informação é que foram utilizadas todas as medicações e manobras previstas na sociedade brasileira de pediatria, mas elas não resistiram e vieram a óbito.

HISTÓRIA

A má-formação foi identificada ainda na gestação. Alice Aparecida Silva foi acompanhada de perto pela equipe da Santa Casa. O Hospital das Clínicas de São Paulo, que já atendeu maior quantidade de casos como esse, foi acionado. A mãe de Maria Júlia e Luna Vitória embarcaria para o estado vizinho para ter os bebês.

Contudo, o parto acabou prematuro. Os médicos então lutam para mantê-las vivas e estáveis para que o desenvolvimento aconteça. Só depois que irão pensar na possível cirurgia de separação.

EXPERIÊNCIA

O caso das gêmeas já é raro, ainda mais na Santa Casa, que só atendeu outros três ao longo dos anos. Em uma das situações, os bebês nasceram em Três Lagoas, foram transferidos, mas faleceram no Pronto Socorro.

Em outro, houve transferência para Goiânia para a cirurgia de separação, mas as crianças não resistiram. E somente no terceiro as meninas sobreviveram depois de separadas em São Paulo.

Durante a gestação, ao tomar conhecimento do problema, a equipe acionou o Hospital das Clínicas da capital paulista, que já atendeu número maior de casos do tipo. A mãe de Maria Júlia e Luna Vitória estava prestes a ser transferida quando deu à luz prematuramente.

Os médicos não descartam a possibilidade de convidar colegas que já se depararam com situações parecidas para ajudá-los a avaliar e lidar com as pacientes.

 

 

Correio do Estado – IZABELA JORNADA E RICARDO CAMPOS