Uma reunião entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), representantes da Enel e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no Palácio das Esmeraldas durou mais de duas horas nesta terça-feira (14) e terminou sem acordo sobre as contantes quedas de energia registradas por usuários. O governador, inclusive, propôs no encontro a transição das operações entre a Enel e a EDP, empresa interessada em assumir o serviço no estado.
Na saída da reunião, o governador disse desacreditar nos investimentos propostos pela Enel para este ano. “Só neste último ano já fizeram dois termos de compromisso com o governo. As pessoas não confiam mais naquilo que eles assinam e dizem”, ressaltou o governador.
A substituição das operadoras de energia é delicada e depende de questões jurídicas, mas a proposta do governo é que as duas empresas, Enel e EDP, cheguem a um acordo para fazer a transição dos serviços.
“No estado onde a EDP presta serviço tem sido referência no Brasil. Tive a oportunidade de falar com o presidente da companhia e ele disse que havendo espaço tem interesse em prestar serviço em Goiás. Eu disse que o sentimento nosso é buscar entendimento entre as empresas e levar a proposta para o ministro de Minas e Energia e ao presidente da República”, destacou.
A Enel não comentou sobre a possibilidade da troca de empresas para operar a distribuição de energia. Em nota, disse que “desde que assumiu o serviço em 2017 vem dedicando todos os esforços para garantir energia confiável aos goianos e que fechou o ano passado cumprindo todas as metas traçadas no Plano de Ações e Investimentos acordado entre o Ministério de Minas e Energia e o Governo de Goiás”.
A nota segue dizendo que “em 2020, [a empresa] vai investir R$ 1 bilhão na rede de energia. Esse valor é cinco vezes maior do que se investia antes da privatização”.
A empresa EDP Energia manifestou em nota “A Companhia faz votos para que a prestação de serviços de energia elétrica em Goiás se consolide”. ”. Atualmente, a companhia opera em parte de São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina.
A Agência Nacional de Energia Elétrica foi questionada sobre os procedimentos de troca entre as empresas operadoras de energia, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.
Por Honório Jacometto e Rafael Oliveira, TV Anhanguera e G1 GO